São Paulo, quinta-feira, 12 de maio de 1994 |
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Operação mobiliza 200 soldados em SP
MARCELO GODOY
Segundo o Comando Militar do Sudeste, o Exército não desempenhará as atividades administrativas da PF, como a confecção de passaportes. Os soldados só darão segurança aos prédios. A ocupação não tem data para acabar. Pelo menos quatro batalhões do Comando Militar do Sudeste estavam de prontidão em São Paulo desde anteontem de manhã. Além da PE, também estavam mobilizados o Batalhão de Guardas, o 4º Batalhão de Infantaria Blindada e o 39º Batalhão de Infantaria Motorizada. Às 20h de anteontem, o general Carlos Arcoverde de Freitas Almeida, comandante militar do sudeste, recebeu a ordem do Ministério do Exército para ocupar os prédios. Um comboio da PE saiu do seu quartel na rua Abílio Soares, no Paraíso (zona sul). Os militares levavam fuzis, metralhadoras, pistolas, bombas de gás lacrimogêneo, escudos, cassetetes e cães. Não houve resistência dos policiais grevistas. O comboio chegou na sede da superintendência da PF, na rua Antônio de Godoy, em Santa Ifigênia (região central), a 0h. "O prédio estava com a porta aberta e ninguém na portaria. Só havia um policial em um andar superior. O delegado de plantão teve que ser chamado em casa", disse o coronel Miguel Carlos Tatton Ferreira de Oliveira, 55, porta-voz do Comando Militar do Sudeste. O rua Antônio de Godoy foi fechada do Largo Paissandu até a metade do quarteirão. Os pedestres passavam apenas pela calçada oposta ao prédio da PF. Só moradores da rua e funcionários de lojas e da PF podiam atravessar para a outra calçada. Após a ocupação desse prédio, uma parte do comboio foi para a cadeia da PF na rua Piauí, em Higienópolis (região central). Em suas três celas estão 30 presos. Por último, um grupo de vinte soldados foi deslocado para o setor de passaportes da PF, na avenida Prestes Maia (região central). "O superintendente regional da PF, Artur Lobo Filho, foi informado e acompanhou a operação", disse o coronel. Lobo Filho não quis comentar a ocupação ontem. Os soldados engajados na operação portavam fuzis sem pente de balas, mas os levavam em uma bolsa. Só oficiais e sargentos tinham suas armas carregadas. "Não há intervenção e confronto. Essa é uma operação de ocupação", disse o coronel. Segundo a Aeronáutica, não havia até as 18h de ontem ordem para a ocupação do aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (SP) por causa da paralisação da PF. A greve dos agentes federais já dura 34 dias no Estado. Eles reivindicam equiparação salarial com os policiais civis de Brasília (DF). Texto Anterior: Recrutas não participaram da operação Próximo Texto: Serviço de passaportes reabre Índice |
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