São Paulo, quinta-feira, 12 de maio de 1994
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Fiuza se livra da cassação por 20 votos

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O plenário da Câmara absolveu ontem à noite o deputado Ricardo Fiuza (PFL-PE) das acusações de envolvimento em irregularidades no Orçamento da União. O julgamento durou nove horas.
O parecer da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) que o inocentava recebeu 208 votos favoráveis e 232 contrários. Houve 15 abstenções e quatro votos brancos. Eram necessários 252 votos (metade mais um) para que a cassação fosse aprovada. Ou seja, mais 20 votos contrários determinariam a cassação. Faltaram 44 deputados à sessão.
Após o julgamento, Fiuza disse que "este foi um modesto marco contra o linchamento político que se queria proceder aqui".
Ele disse que iria para casa descansar e que iria comemorar dormindo. A cassação de Fiuza foi pedida pela CPI do Orçamento.
Defesa
Fiuza repetiu no plenário o seu discurso de defesa na CCJ. Mas não atraiu a mesma atenção. Ele teve uma hora e quarenta minutos para falar, mas interrompeu faltando vinte minutos.
Os outros 20 restantes ficaram para o final do julgamento. Depois de meia hora discursando, a platéia se dispersou.
Fiuza afirmou que nada ficou provado contra ele. "Ninguém viu um ato meu que desonrasse esta Casa", afirmou. Fiuza repetiu as frases que usou durante o julgamento na CCJ.
"Não vos peço clemência. Não vos peço espírito de corpo. Peço apenas o que daria a vocês, um julgamento justo", disse.
Mercadante
O deputado Aloizio Mercadante (PT-SP) deixou a comitiva do candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, em Washington, para votar pela cassação.
O deputado, que chegou pela manhã ao Brasil, estava com o vôo de volta aos Estados Unidos à meia-noite.

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