São Paulo, quinta-feira, 12 de maio de 1994
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Comissão aprova a cassação de Ibsen

DENISE MADUEÑO; FLÁVIA DE LEON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) aprovou ontem a cassação do mandato do ex-presidente da Câmara Ibsen Pinheiro (PMDB-RS). Há um ano e oito meses, Ibsen comandou o processo que levou à renúncia do ex-presidente Fernando Collor de Mello.
O placar registrou uma das maiores derrotas entre os acusados da CPI do Orçamento julgados até agora (veja quadro abaixo). O pedido de cassação foi aprovado com 37 votos a favor, 13 contra e 3 abstenções. Agora, chega a seis o número de pedidos de cassação aceitos pela CCJ.
A cassação de Ibsen deverá ser votada na próxima semana pelo plenário da Câmara, última etapa do julgamento.
O julgamento de Ibsen terminou ontem pela manhã, depois de 15 horas e meia de leitura de relatório, discussão e apresentação de defesa.
Ontem, segundo dia de sessão, Ibsen deixou a defesa, considerada inconsistente, e partiu para a crítica pessoal ao relator de seu processo de cassação, deputado Luiz Máximo (PSDB-SP).
Máximo pediu a cassação de Ibsen. "O deputado, lamentavelmente, não soube conservar a dignidade e a compostura que o decoro exigia para a pessoa que exercia tão altas funções", disse Máximo.
Sobre a defesa de Ibsen, Máximo afirmou que o deputado tentou distorcer os fatos e desvirtuar o conteúdo do relatório.
"A defesa partiu para a agressão pessoal porque não conseguiu justificar os fatos. Isso é comum em julgamentos dessa natureza", reagiu Máximo.
Ibsen afirmou que Máximo pediu sua cassação para tirar proveito político nas eleições.
O ex-presidente da Câmara foi o primeiro a ser condenado depois que a CCJ inocentou o deputado Ricardo Fiuza (PFL-PE), no dia 28 de abril.
Depois de Fiuza, João de Deus Antunes (PPR-RS) também foi inocentado pela comissão, o que provocou reação negativa dos líderes da Câmara.
Eles temiam o desgaste da imagem do Congresso e a repercussão negativa das absolvições junto aos seus eleitores.
Situação dos acusados
Foram cassados: Carlos Benevides, Fábio Raunheitti, Raquel Cândido e Feres Nader.
Renunciaram: Genebaldo Correia (PMDB-BA), Cid Carvalho (PMDB-MA), Manoel Moreira (PMDB-SP) e João Alves (sem partido-BA).
(Denise Madueño e Flávia de Leon)

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