São Paulo, quinta-feira, 12 de maio de 1994
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Alemanha lidera corte de juros na Europa

A Alemanha puxou ontem uma rodada de corte de juros na Europa. Ao contrário do que se esperava, a medida não teve o efeito de elevar o valor do dólar.
O dólar fechou em baixa frente às principais moedas. Depois de superar 1,68 marco, o dólar recuou em Nova York para 1,67 marco.
O declínio foi considerado alarmante porque aconteceu apesar do agressivo corte nos juros na Alemanha –que deveria desviar investidores do marco para o dólar.
Também alarmantes são os indícios de fuga de capital dos EUA (ou do dólar): a demanda ontem no leilão trimestral dos bônus do Tesouro foi a menor desde agosto de 1990, quando começou a crise do Golfo e o petróleo disparou.
A fraca demanda fez o preço dos bônus cair, provocando a elevação dos juros. A alta do juros, por sua vez, causou mais uma queda na Bolsa de Nova York. O índice Dow Jones fechou em baixa de 27,37 pontos, em 3.629,04 pontos.
O banco central da Alemanha (Bundesbank) cortou meio ponto percentual de suas duas principais taxas de juros.
A taxa de redesconto, que o Bundesbank cobra nos empréstimos aos bancos, caiu para 4,5% ao ano. A taxa Lombarda, cobrada nos empréstimos de emergência aos bancos, caiu para 6%.
A ação do Bundesbank foi seguida pelos bancos centrais da Itália, Áustria, Bélgica, Holanda e Dinamarca.
Há especulação de que o corte na Europa é parte de um movimento coordenado com o banco central dos EUA (Fed) para reverter a tendência de queda do dólar, que persiste desde o início do ano.
A expectativa ontem era de que o Fed subiria os juros. A falta de ação do Fed contribuiu para a queda do dólar.

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