São Paulo, quinta-feira, 12 de maio de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Cidade foi a "capital secreta" de Goethe

SILVIO CIOFFI
DA REDAÇÃO

Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832), o grande nome da literatura alemã, considerava Frankfurt a "capital secreta"de seu país.
Poeta, dramaturgo, crítico, romancista, pintor, diretor de teatro, cientista e filósofo, Goethe nasceu em família abastada e numa época de grande prosperidade.
Frankfurt –ainda hoje uma potência de 650 mil habitantes– foi importante centro intelectual na Europa do século 18.
Seu retrato mais conhecido, "Goethe no Campo Romano" (1787), de Johann Heinrich Wilhelm Tishbein, está em exposição no Instituto de Arte Stãdelsches (ou Stãdelsches Kunstinstitut).
Nesse quadro clássico o poeta alemão aparece recostado e com um imenso chapéu durante a viagem que fez pela Itália, por dois anos, a partir de 1786.
Sem muito exagero, só o prédio da galeria, concebido por Oskar Sommer, em 1878, já valeria a visita. Mas não há como minimizar a importância do acervo que abrange todas as épocas da pintura alemã e, de quebra, exibe obras de Rembrandt, Canaletto e tantos outros.
Como nem só de letras e de pintura vive uma grande cidade, Frankfurt é também uma cidade de números.
No tempo de Goethe viveu também aquele que seria o primeiro de uma dinastia de banqueiros, Mayer Anselm Rothschild (1743-1812).
Esse sobrenome judeu-alemão, derivado do escudo ("schild") vermelho ("rot") existente na casa da família, no gueto de Frankfurt, virou sinônimo de dinheiro.
Na geração seguinte à de Mayer Anselm, os Rothschild já operavam em algumas das mais rentáveis praças bancárias européias.
É que quatro dos filhos do financista de Frankfurt –apelidados de "os cinco frankfurters"– fizeram seus próprios bancos em Londres, Paris, Viena e Nápoles.
Às margens do rio Meno, a "capital secreta" ainda é próspero centro financeiro e, com o grande evento do mercado editorial, se transformou definitivamente numa cidade de livros.
Frankfurt tem ainda prédios históricos que escaparam dos bombardeios aliados na Segunda Guerra Mundial –e entre eles está a casa do próprio Goethe, na Grosser Hirschgraben, 23.
Outros lugares que revelam a história da cidade ficam na região do Rõmer, que tem casas de burgo, algumas do século 15.
Na mesma região ficam o Palácio Imperial, que exibe retrato de imperadores, e a Catedral Gótica, contruída entre os séculos 13 e 15.
Mas Frankfurt também tem prédios medonhos do arquiteto pós-moderno Helmuth Jahn e hotéis sofisticados como o Steigenberger Frankfurter Hof (leia texto acima), que teria hospedado PC Farias no seu roteiro de fuga.
Tem ainda bons cafés, livrarias, centros de compras e calçadões onde a juventude faz teatro na rua.
Cidade de tantos atrativos, a "capital secreta" é também o lugar ideal para experimentar outro monumento típico alemão: o autêntico cachorro-quente, para beletrista e banqueiro nenhum botarem defeito.

INSTITUTO DE ARTE STÃDELSCHES: av. Shaumakai, 63, tel. local 069-6050980. Aberto de quarta a domingo, das 10h às 17h e, às terças, das 10h às 20h. Ingressos: crianças e estudantes pagam 1,5 marco (cerca de CR$ 1.350,00) e adultos 3 marcos (CR$ 2.700,00).

Texto Anterior: Brasil esquenta os tamborins na Alemanha
Próximo Texto: Reserve hotéis com bastante antecedência
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.