São Paulo, sábado, 14 de maio de 1994 |
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Ricupero ataca UDR e defende reforma agrária
HELCIO ZOLINI
Ricupero fez a crítica ao responder a uma pergunta durante entrevista coletiva em Belo Horizonte, na sede da Federação do Comércio de Minas, após uma palestra. Um repórter perguntou o que ele achava dos incidentes em Brasília, quando os sem-terra ameaçaram invadir o Ministério da Fazenda. Ricupero disse que "eles (os sem-terra) deviam fazer isso contra a UDR, contra o Caiado (Ronaldo, ex-presidente da UDR), mas não contra o Ministério da Fazenda". "Se há um ponto em comum que eu tenho com os trabalhadores sem-terra, é que eles e eu estamos em oposição à UDR", afirmou. "Desculpem-me os homens da UDR (União Democrática Ruralista), mas ainda vamos ter uma estrutura fundiária adequada", disse. Ele afirmou que considerou "completamente incompreensíveis" as invasões às delegacias do Ministério da Fazenda no país. "Tivemos há dois dias quatro delegacias do Ministério da Fazenda ocupadas, algumas com depredação, quebras de vidros e automóveis. O meu edifício foi sitiado por 300 trabalhadores se dizendo do Movimento Sem-Terra", disse. Ricupero criticou também as declarações feitas pelo secretário-geral da CUT, Avelino Ganzer, que teria afirmado que as greves têm por finalidade derrubar o plano de estabilização. "Como é possível ter uma greve, ter um movimento no país para derrubar um plano que quer dar estabilidade ao brasileiro? Qual é a intenção atrás disso?", perguntou o ministro. Ele afirmou que "muitos dos que dizem representar os interesses dos trabalhadores estão é fazendo o jogo dos que vivem a favor da especulação financeira". Ricupero negou que o plano econômico tenha por finalidade viabilizar a candidatura de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) à Presidência da República. Ele citou e elogiou várias vezes o nome do seu antecessor no Ministério da Fazenda. Os elogios a FHC e à atual equipe econômica (escolhida por Fernando Henrique) foram feitos nos encontros com 500 empresários na Federação. Em busca de apoio ao plano econômico, Ricupero visitou até mesmo o prefeito Patrus Ananias, do PT, a quem prometeu que iria se empenhar "pessoalmente" para concluir o projeto do metrô de Belo Horizonte. Texto Anterior: Bancos temem eleições e dizem que retirarão dinheiro do Brasil Próximo Texto: Sindicalista não vê prejuízo Índice |
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