São Paulo, sábado, 14 de maio de 1994 |
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Bancos temem eleições e dizem que retirarão dinheiro do Brasil
CARLOS ALBERTO SARDENBERG
Um desses bancos tem uma carteira de aplicações de US$ 1 bilhão, sendo US$ 700 milhões dinheiro de fora. A decisão decorre de uma combinação de dois fatores: a subida nas pesquisas do candidato presidencial do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, e suas declarações nas reuniões com banqueiros e investidores nos Estados Unidos. Os comentários do deputado Aloizio Mercadante (PT-SP), considerado um dos mentores da política econômica de um governo petista, confirmaram a percepção dos investidores de que Lula se encaminha para uma economia fechada, estatal e com restrições ao capital externo. A decisão de iniciar já a retirada de dinheiro aplicado no Brasil é estratégica. Os investidores achavam que teriam de se ocupar desse problema em setembro, vésperas do primeiro turno das eleições presidenciais (3 de outubro). Decidindo sair, fariam isso entre o primeiro e o segundo turno. Resolveram antecipar o movimento dado o favoritismo reforçado de Lula. É que boa parte do dinheiro externo está aplicado em bolsas de valores. Se o investidor começa a vender as ações em massa, precipitadamente, o prejuízo é muito maior, pois os preços desabam. A estratégia, portanto, de quem acha que Lula vai ganhar é começar a sair já, devagar, sem pânico e aproveitando bons momentos do mercado. Texto Anterior: Centrais prevêem greve geral contra Plano Real Próximo Texto: Ricupero ataca UDR e defende reforma agrária Índice |
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