São Paulo, sábado, 14 de maio de 1994 |
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Líder da greve da PF está filiado ao PSDB CLAUDIO JULIO TOGNOLLI CLAUDIO JULIO TOGNOLLI; DANIELA PINHEIRO
A aliança entre do PSDB com o PFL teria sido o motivo da decepção do presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais com o partido. "Coligações presidenciais colocaram por água abaixo tudo o que eu achava do PSDB", disse ele. Ele também nega qualquer vínculo com a CUT. Segundo Garisto, seu sindicato é "independente". Essa é a segunda greve em sua gestão. Folha - A que partido você é filiado ? Garisto - Me filiei há exatamente quatro meses ao PSDB, exatamente no diretório do Jaçanã, em São Paulo. Fiz isso devido ao relacionamento estreito que tenho com o deputado Moroni Torgan, que também é delegado da Polícia Federal. No começo, eu queria ser candidato a deputado federal, mas agora decidi que não saio mais como candidato. Seria muito difícil uma vaga na legenda, e além disso não tenho dinheiro para a campanha... E eu dizendo que sou do PSDB, agora, vão acabar inventando que essa greve é uma armação do Fernando Henrique para prejudicar o Lula. Folha - Qual sua relação com a CUT? Há outros militantes do PSDB no movimento? Garisto - O Antonio Praxedes de Andrade, nosso diretor de assuntos parlamentares, também é filiado ao PSDB de Brasília. Quanto à CUT, quero dizer o seguinte: temos 26 sindicatos no país. Desses, só seis são filiados à CUT: Bahia, Espírito Santo, Distrito Federal, Mato Grosso, Alagoas e Rondônia. Essas filiações existem há quatro anos. Cada base decidiu sua filiação por meio de votação. Mas não queremos vínculos com as centrais sindicais. Folha - Você não tem medo de a greve acabar com a imagem da PF junto à classe média ? Garisto - Sim, tenho medo. Mas não encontramos outra maneira de resolver a questão. O ministro da Justiça nos havia dito que se coseguíssemos um parecer do Aristides Junqueira, ele mandaria pagar nossos aumentos. Conseguimos e ele não concedeu o aumento. Temos medo de atingir a população. Mas não vamos suspender a greve por causa dos militares. Folha - A greve continua? Garisto - Sim. Nos comprometemos a manter os serviços essenciais. Quero dizer que greve não se acaba com intervenção militar. Sentamos na mesa para discutir quando o Exército voltar para casa. Colaborou Daniela Pinheiro, da Sucursal de Brasília Texto Anterior: Termina intervenção na Polícia Federal Próximo Texto: Prejuízos de lanchonete foram pagos, afirma PF Índice |
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