São Paulo, sábado, 14 de maio de 1994
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Supermercado mantém ritmo de reajuste

MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO

Os supermercados de São Paulo repetiram o mesmo ritmo de correção de seus preços nesta semana. A alta foi de 8,08%, em média, contra 7,98% na anterior.
O mesmo não ocorreu nos hipermercados, que remarcaram seus preços em 11,08%, taxa bem acima dos 8,19% da semana anterior, conforme pesquisa do Datafolha.
A diferença acentuada de aumentos entre os dois tipos de estabelecimentos tem origem nas mudanças que estão ocorrendo atualmente na economia.
Os hipermercados rodam os estoques mais rapidamente e, portanto, trazem mais cedo para suas prateleiras os novos preços das indústrias, negociados em URV.
Mas a guerra de preços entre supermercados e hipermercados pode continuar até mesmo depois que os supermercados também estiverem com estoques maiores em URV.
Os preços dos supermercados estão mais ajustados. Já os hípers, devido ao giro rápido de estoques, tinham grande parte da margem de lucro nas operações financeiras.
Com a estabilidade, a diferença entre supermercados e hipermercados pode aumentar. Estes últimos vão ter que buscar novas margens de lucro na correção de preços.
Omar Assaf, da Associação Paulista de Superemercados, diz que se o Plano FHC derrubar a inflação, vai haver ainda uma diferença de preços vinda da eficiência de cada empresa.
Não dá para se saber como estarão os custos na chegada do real. Quem diminuir margens terá preço competitivo, disse. Hoje os custos são de 20% sobre as vendas.
As diferenças básicas de preços entre supermercados e hipermercados na semana vieram de alimentos básicos. Os supermercados assimilaram mais rapidamente as baixas de preços de cereais.
Nos supermercados, a queda dos preços do feijão foi de 19% na semana, enquanto nos hipermercados esteve em apenas 3%, conforme constatou o Datafolha.
Os supermercados mostram mais dinamismo também nas compras de hortifrútis, onde a alta na semana ficou em 12%, contra 21% nos hipermercados.
A pesquisa do Datafolha é feita em 12 supermercados e 12 hipermercados de São Paulo e inclui coleta de preços de alimentos, produtos de higiene e de limpeza.
Os produtos industrializados mantiveram a tendência de alta das semanas anteriores, tanto nos supermercados quanto nos hipermercados. A alta média foi de 11%.
Outra pesquisa, englobando apenas preços de alimentos básicos, mostrou que a evolução na semana foi de 6,13%, contra 6,81% na semana anterior.

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