São Paulo, sábado, 14 de maio de 1994 |
Próximo Texto |
Índice
F-1 combate crise mudando regras
CLÓVIS ROSSI; ANDRÉ LAHOZ
O anúncio foi feito em entrevista coletiva concedida pelo seu presidente, o inglês Max Mosley, no centro de mídia de Mônaco, montado para o GP de amanhã. As mudanças são de fato significativas (veja quadro abaixo), mas o próprio Mosley deixou claro que a resposta da FIA é mais política do que técnica. As alterações foram anunciadas após os acidentes de Imola (mortes de Ayrton Senna e do austríaco Roland Ratzenberger) e de Mônaco (o também austríaco Karl Wendlinger, ainda em estado de coma depois da batida de anteontem). O presidente da FIA disse que a entidade estava sendo motivada pela "gravidade da situação" e pela "pressão da opinião pública". Por isso mesmo, as medidas apresentadas "não são apoiadas unanimemente" por todas as partes envolvidas no meganegócio que é a Fórmula 1, sempre segundo o seu dirigente máximo. Mosley admitiu que as providências anunciadas "podem irritar algumas equipes e alguns construtores ou certos interesses", que, no entanto, não especificou. O pacote de providências será adotado por etapas. Para o primeiro GP depois do de Mônaco (Barcelona, na Espanha, dia 29 de maio), começa-se com duas providências. Essa mudanças iniciais destinam-se a reduzir a pressão aerodinâmica de cima para baixo, que, simplificando, faz o carro aderir mais fortemente à pista. Com mais aderência do carro ao asfalto, mais o piloto se sente tentado a desenvolver altíssima velocidade. Depois, a partir do GP do Canadá (12 de junho), começam a vigorar outras normas, inclusive a respeito de combustível. O pacote se completa a partir do GP da Alemanha (31 de julho). Mosley procurou justificar a demora na adoção das providências com uma frase que também demonstra o quanto os acidentes de Imola e Mônaco puseram sob pressão a Fórmula 1. "Não há saídas fáceis. Se houvesse, estariam em vigor há muito tempo", disse. É óbvio que, se não há saídas fáceis, elas não poderiam ter sido encontradas no curto intervalo entre as mortes de Imola e o anúncio do pacote. Se haverá a irritação dos construtores, antevista por Mosley, ela não terá o apoio da Foca, a associação que os congrega. Afinal, seu presidente, o todo-poderoso Bernie Ecclestone, estava ao lado de Mosley na entrevista, dando aval ao pacote. LEIA MAIS Sobre o GP de Mônaco nas págs. 3 e 4 Próximo Texto: Suspensões serão mais resistentes Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |