São Paulo, sábado, 14 de maio de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Imprensa da Itália pede o fim da Fórmula 1

CLÓVIS ROSSI; ANDRÉ LOZANO
DOS ENVIADOS ESPECIAIS

Os jornais italianos, em suas edições de ontem, fizeram cerrada carga contra a Fórmula 1, a ponto de um deles pedir simplesmente o fim desse esporte.
"Este massacre deve terminar", diz o título da reportagem de Renato Dúlisse, enviado especial do periódico "Corriere dello Sport" a Mônaco.
O texto pergunta: "Que coisa mais deve ocorrer agora para fechar a Fórmula 1?". Acrescenta: "Esse esporte enloqueceu e é agora incontrolável".
"Tuttosport", outro dos jornais esportivos italianos, batiza a Fórmula 1 de "fórmula killer" (assassina), em título que ocupa todo o alto de uma página.
Mas não foram apenas os jornais esportivos italianos que bateram duro na F-1.
"Parem o circo sanguinário - Um bilhão não vale uma vida", proclama, em título "La Repubblica", um dos mais prestigiosos diários italianos.
Em texto editorializado de Giuseppe Smorto, o jornal pergunta: "O espetáculo porco deve continuar?"
"Il Giornale", em páginas diferentes, usa dois qualificativos igualmente pesados contra o automobilismo. Um é "a fórmula da morte" e, o outro, "fórmula massacre".
Mesmo "La Stampa", propriedade de Gianni Agnelli, também dono da fábrica de automóveis Fiat, é crítico: "A maldição da F-1 estraga a festa de Montecarlo".
Há uma nítida diferença de tom na mídia italiana, comparada a dos outros países europeus.
No resto da Europa , todos os jornais, como era de se esperar, destacam o acidente de Wendlinger, mas com um enfoque informativo, sem chegar, nem remotamente, aos extremos dos italianos.
(AL e CR)

Texto Anterior: Ecclestone atribui acidentes à má sorte
Próximo Texto: 500 Milhas define hoje a pole em Indianápolis
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.