São Paulo, segunda-feira, 16 de maio de 1994
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Para analista, é hora de comprar ações

ANTONIO CARLOS SEIDL
DA REPORTAGEM LOCAL

Os meses de maio, junho e julho oferecem oportunidades "muito atraentes" para investimentos nas bolsas de valores brasileiras.
A recomendação é de Stephen Rose, principal especialista britânico do mercado de ações brasileiro.
Compre ações, diz ele, porque "a hora não é de pânico", apesar da liderança, nas pesquisas de intenção de voto, do candidato do PT à presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva.
E não se impressione com a queda de 50%, em dólar, do Ibovespa (índice da Bolsa de Valores de São Paulo) nos últimos três meses.
Estas dicas foram dadas a um grupo seleto de investidores institucionais europeus interessados nos mercados de ações dos países em desenvolvimento.
Rose, que considera "natural" a disparada de Lula nas pesquisas, ainda acredita na vitória de Fernando Henrique Cardoso, candidato do PSDB.
"Se minha análise estiver certa, o Ibovespa vai dobrar de seus atuais níveis e atingir um patamar, em dólar acima de US$ 20 antes de julho de 95", afirma.
"Vemos agora a oportunidade de compra que esperávamos, porque muitas ações brasileiras estão atingindo níveis atraentes de preços para sérios investidores de longo prazo", diz Stephen Rose.
Rose acredita que "todo investidor" deveria, até o fim do mês, comprar "o máximo possível de ações enquanto o Ibovespa estiver abaixo de US$ 10".
Rose diz que a principal razão para as recentes vendas maciças de ações por investidores brasileiros e para a falta de investimentos estrangeiros é a liderança de Lula nas pesquisas de intenção de voto.
Para Rose, esta liderança era "esperada", porque Lula começou a campanha há vários meses.
Rose diz, porém, que "aposta" na vitória do candidato do PSDB, Fernando Henrique, no segundo turno das eleições presidenciais.
Rose diz que quando a campanha de FHC começar para valer em junho, o candidato vai tirar partido de vários fatores positivos.
O primeiro, diz, é o maior tempo na propaganda eleitoral na TV devido à aliança com o PFL.
"Até lá, os simpatizantes do PSDB terão esquecido o desapontamento com a escolha do senador Guilherme Palmeira para vice".
Depois virá a esperada "queda drástica" da inflação com a entrada em circulação da nova moeda, o real.
"Isso será visto pelos investidores externos como um grande triunfo do Plano FHC. Pode não durar, mas vai manter a inflação baixa até as eleições em outubro", diz.

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