São Paulo, segunda-feira, 16 de maio de 1994
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Campeões festejam, mas criticam violência

UBIRATAN BRASIL; WILSON BALDINI JR.
DA REPORTAGEM LOCAL

Os jogadores do Palmeiras não escondiam o gosto de vingança com a vitória sobre o Corinthians, por 2 a 1, ontem no Morumbi.
Inconformados com a violência e a provocação adversária, os palmeirenses declararam que ontem definitivamente se sentiram campeões.
"Foi a vitória do futebol contra a violência", desabafou o técnico Wanderley Luxemburgo, que, como sempre faz quando conquista um título, disparou para o vestiário ao final da partida, isolando-se para uma comemoração solitária.
"O Corinthians foi violento todo o campeonato. Por isso, precisávamos vencê-los e mostrar que somos campeões de fato", disse o treinador.
Os jogadores do Palmeiras se espantaram com a violência dos rivais, dispostos a provocar confusão.
"O Ronaldo e o Casagrande fizeram o possível para me provocar e tentar minha expulsão", contou o centroavante Evair, artilheiro do campeonato, com 23 gols.
Apesar da felicidade, o atacante lamentou uma triste coincidência em sua carreira.
"Na outra vez em que fui artilheiro do Paulistão (em 88, quando fez 19 gols pelo Guarani), não fui convocado para a seleção brasileira que disputou os Jogos Olímpicos de Seul", disse.
"Agora, sou campeão, artilheiro novamente e não devo ir para a Copa do Mundo."
A mágoa de Evair contrastava com a euforia do meia Edílson, confiante de que tinha se redimido entre os jogadores.
Inconformado por ter ficado na reserva durante vários jogos, o meia reclamou a condição de titular.
A atitude só não lhe custou o afastamento do grupo porque o atacante Edmundo se desentendeu com Luxemburgo, foi afastado e lhe cedeu a vaga.
"O tempo foi a melhor forma de mostrar que eu devia jogar", disse Edílson, autor de um gol que ele próprio considerou o mais bonito de sua carreira, por ter driblado dois zagueiros (Moacir e Wílson Mano).
Depois de comemorar em campo, carregando a taça de campeão paulista, os jogadores continuaram a festejar no vestiário. À noite, a festa continuou na danceteria Limelight, na zona sul de São Paulo.
(UB e WBJr.)

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