São Paulo, terça-feira, 17 de maio de 1994
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Direção do PMDB não dá apoio a Quércia

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente do PMDB, deputado Luiz Henrique (SC), deixou claro ontem que o ex-governador Orestes Quércia não contará com a direção partidária para viabilizar a sua candidatura.
A abstenção de 52% na prévia mostra um partido devidido. "O trabalho de buscar esta unidade cabe prioritariamente ao candidato", disse o deputado.
Perguntado se o PMDB tem candidato para ganhar a eleição, Luiz Henrique pensou por alguns instantes e respondeu sem entusiasmo: "O PMDB tem estrutura para aganhar a eleição".
A escolha do candidato a vice, que ocorrerá na convenção de domingo, dia 22, não será tarefa prioritária da direção do PMDB, disse Luiz Henrique: "Cabe ao candidato escolher o vice".
A proposta de levar o PMDB para a oposição ao governo Itamar Franco, defendida por Quércia, também não foi encampada pelo presidente do partido.
"Do ponto de vista da direção, não muda nada. Continuamos defendendo o apoio à MP (medida provisória que cria a Unidade Real de Valor). Não podemos pensar pequeno. Não é apoio ao governo, mas ao país", argumentou.
O presidente do PMDB disse que o apoio ao governo só pode ser revisto pelo Conselho Nacional do partido (composto por 54 membros). O Conselho pode ser convocado pela Executiva Nacional.
Como a próxima reunião da Executiva ocorre amanhã, justamente no dia da votação da MP que cria a URV, não haverá mudança na posição oficial do PMDB, esclareceu Luiz Henrique.
O presidente do PMDB comentou que o índice de abstenção não teria sido tão alto se o senador José Sarney (AP) estivesse nas prévias.
"Muitos que votariam no Quércia devem ter pensado: "Issso já está decidido. Não vou votar'. Outros teriam participado para votar no Sarney", disse o deputado.
Para o deputado, Sarney ficou desgastado por ter desistido da prévia: "Ele teria se se enraigado no partido, mesmo perdendo".

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