São Paulo, terça-feira, 17 de maio de 1994
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O terceiro parágrafo

Em recente encontro do Conselho Liberal, que reúne entidades e políticos, foram discutidos os problemas e a autonomia dos governos municipais. A certa altura, uma vereadora da Paraíba pediu a palavra.
Ela criticou a atuação dos prefeitos dos pequenos municípios do país. Segundo ela, todos se dedicam a desmoralizar a Câmara de Vereadores para surgirem como única liderança na política local.
Mas a vereadora não se limitou a acusações genéricas. Falou de uma cidadezinha de seu Estado onde o prefeito fazia questão de mostrar que mandava na Câmara. Para tanto, ele enviou aos vereadores um projeto de lei sobre apreensão de cães soltos pelas ruas.
O primeiro artigo determinava que os animais seriam recolhidos e os donos deveriam pagar para soltá-los. Em caso de reincidência, estipulava o segundo artigo, o cão seria castrado.
E, se ainda assim o cachorro fosse encontrado solto, a castração seria aplicada ao dono, conforme o incrível parágrafo terceiro.
– A lei foi aprovada na Câmara por unanimidade –relatou a indignada vereadora.

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