São Paulo, terça-feira, 17 de maio de 1994 |
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Estudo revela poder da economia informal
FRANCISCO SANTOS
Segundo o economista Geoffrey Shephard, um dos autores do trabalho, no conceito de economia informal estão englobadas todas as atividades que não pagam impostos, inclusive as das empresas legalmente constituídas. O estudo, feito por Shephard em parceria com o economista Paul Holden, conclui também que a falta de estabilidade econômica é o principal entrave à expansão do setor privado brasileiro. Shephard disse que embora o empresariado tenha demonstrado criatividade para conviver com o ambiente inflacionário, não é possível sustentar um crescimento como o do ano passado (5%) sem acabar com a inflação. Um dos principais motivos é que a convivência com a inflação praticamente acabou com o crédito, indispensável aos investimentos necessários ao crescimento sustentado. Os economistas do Bird constataram também que a inflação e os sucessivos choques decretados para acabar com ela provocaram uma crise aguda de confiabilidade nos contratos de vendas. Nos períodos de choques, 41% dos contratos do setor de confecções precisaram ser renegociados entre compradores e vendedores. Nas épocas de normalidade da economia inflacionária brasileira, esse percentual ainda chega a 7,5%, contra 2,3% do Chile, país que já alcançou sua estabilização. O único setor que poderá ter problemas com a estabilização, de acordo com o estudo, é o financeiro, por causa da excessiva vinculação da atividade bancária com a rolagem da dívida pública. Em clima de estabilidade, os bancos terão que voltar a viver basicamente das operações de crédito, que caíram 53% de 1980 a 1991 (para empresas privadas), enquanto a economia cresceu 18% no período. Para Goeffrey Shephard, o problema maior será dos bancos estatais, porque os privados já estariam se ajustando para enfrentar uma nova conjuntura. Texto Anterior: MP deve corrigir distorções Próximo Texto: Encargos são excessivos Índice |
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