São Paulo, terça-feira, 17 de maio de 1994 |
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Cautela do consumidor enfraquece vendas
FÁTIMA FERNANDES
Para a equipe de economistas da ACSP (Associação Comercial de São Paulo), o consumo nesta primeira quinzena do mês está no mesmo ritmo de igual período de 1993, considerado fraco. Pesquisa feita pela entidade mostra que de 1º a 14 deste mês as vendas a prazo -medidas pelas consultas ao SPC (Serviço de Proteção ao Crédito)-, caíram 1%, na comparacão com igual período do ano passado. As vendas à vista –medidas pelas consultas ao Telecheque– foram 2,2% maiores do que as de igual período de 1993. "Os números mostram que o consumo está estabilizado. Por isso os lojistas devem repor mercadorias com cautela", diz Emílio Alfieri, economista da ACSP. Na sua análise, não há qualquer indicador na economia de que o consumo vai crescer. "Qualquer ação do comércio por conta dessa hipótese é arriscada." Eduardo Nishi, gerente-geral do shopping Jardim Sul, informa que, na média, as 161 lojas venderam nesta primeira quinzena do mês 10% menos do que em igual período de 1993. Para ele, as razões são: o "efeito Ayrton Senna" (o comércio ficou parado nos dias do velório e do enterro), a expectativa da troca da moeda e o fato de as lojas estarem aceitando pré-datados só até o final de junho. Na sua análise, o real deve provocar aumento de consumo num primeiro momento. "Isso é até muito bom porque vamos desovar estoques." Com a política de juros altos do governo, continua ele, as vendas devem logo cair. "O consumidor deve preferir mesmo a caderneta de poupança." Cláudio Garini, presidente da Associação dos Lojistas do Shopping Ibirapuera, com 355 lojas, informa que desde abril o consumo perdeu e não retomou o fôlego. Para José Roberto Voso, superintendente do Morumbi Shopping, com 400 lojas, as vendas na primeira quinzena deste mês empataram com as de igual período do ano passado. Texto Anterior: Pãozinho já tem preço em URV Próximo Texto: Coninfo 94 pode gerar US$ 80 milhões Índice |
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