São Paulo, terça-feira, 17 de maio de 1994 |
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Pãozinho já tem preço em URV Venda pode crescer 20% com real MÁRCIA DE CHIARA
A maioria das padarias reajusta os preços em cruzeiros reais semanalmente, seguindo esse valor em URV. Mas já há estabelecimentos que colocaram o preço em URV no balcão. Um deles é a Orquídea Panificadora, na Vila Mariana, zona sul de São Paulo. Celestino Ferreira Martins, gerente, conta que os preços estão em URV. A mudança ocorreu há 15 dias. De lá para cá, o movimento caiu, diz ele. Outra padaria que também aderiu à URV é a Andrômeda, na Vila Santa Catarina, zona sul. A dona-de-casa Marlene Pardini, 40, cliente da padaria, ficou surpresa na última quinta-feira, quando encontrou o preço em URV. Como boa parte dos consumidores, Marlene não sabia que o governo autorizou a URV na etiqueta. A maioria das padarias, no entanto, prefere manter as cotações em cruzeiros reais para evitar que o consumidor tenha de fazer contas, diz Maia. Segundo ele, o setor está preparado para troca de moeda. Com o real, a expectativa é de que a venda de pães aumente 20% no segundo semestre. No acumulado de 94, espera-se um crescimento de 10%: 3,9 milhões de toneladas de pão, contra 3,5 milhões em 93. O otimismo também é grande entre as indústrias de massas. "Com o real, vai crescer o consumo de massas", diz Aluísio Quintanilha de Barros, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Massas. Ele apóia seu raciocínio no fato de o macarrão ser uma refeição muito barata. Preparar 100 gramas de macarrão com algum tempero custa entre CR$ 150 e CR$ 300. O presidente da Associação Brasileira da Indústria do Trigo, Antenor de Barros Leal, projeta alta de 30% no consumo de farinha de trigo e derivados com o real. Problemas de abastecimento estão descartados. Motivo: tanto a indústria de massas como os moinhos que produzem a farinha têm capacidade ociosa. Na indústria de massas é de 40% e nos moinhos, de 50%. Se o aumento de consumo se concretizar e for preciso importar trigo, Lawrence Pih, presidente do Moinho Pacífico, diz que há produto em abundância e com preços competitivos no exterior. A safra deste ano já começou a ser semeada. A previsão é de colher 2,7 milhões de toneladas. O consumo é da ordem de 7 milhões de toneladas. Mesmo se produtores quisessem aumentar a área plantada, não há sobra de semente, informa a Secretaria da Agricultura do Paraná. Texto Anterior: Continua maior procura pelo dólar paralelo Próximo Texto: Cautela do consumidor enfraquece vendas Índice |
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