São Paulo, terça-feira, 17 de maio de 1994
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Público médio do Paulista supera o de 93

MÁRIO MOREIRA; VALMIR STORTI
DA REPORTAGEM LOCAL

O recém-terminado Campeonato Paulista apresentou média de público 17,1% superior à registrada no campeonato do ano passado.
Este ano, o público pagante médio foi de 7.063, enquanto em 93 ficou em 6.028. No Campeonato do Rio de Janeiro, a média este ano foi de 10.950 pagantes.
Em relação à arrecadação, a renda média em São Paulo atingiu neste ano US$ 18.750, contra US$ 15.625 em 93, num crescimento de quase 20%.
Apesar do aumento das médias de público e renda, os grandes clubes de São Paulo tiveram um resultado financeiro inferior ao obtido em 1993.
O Palmeiras, bicampeão, sofreu uma queda de 29,6% no seu público pagante médio, em comparação ao campeonato do ano passado.
Em 93, os jogos do Palmeiras foram presenciados por 28.184 pagantes, em média. Este ano, o público caiu para 19.915 por partida.
No caso do Corinthians, o clube de maior torcida, a redução foi de 19,7%, passando de uma média de 28.696 pagantes, em 93, para 23.054, este ano.
Dentre os grandes, a menor queda percentual de público ficou com o São Paulo: 18,4% (de 15.875 para 12.964).
Já o Santos amargou uma queda de 35,5% no seu público médio –de 16.488 para 10.646.
O aumento da média de público total de um ano para o outro é explicado pela redução do número de clubes participantes.
No ano passado, disputaram o Campeonato Paulista 30 clubes. Este ano, apenas 16 times participaram.
Essa diferença puxou para baixo o público médio do ano passado. Em 94, apesar da inexistência de uma fase final –presente em 93–, os jogos foram, em média, mais atraentes para o torcedor.
No ano passado, a competição foi realizada em fases eliminatórias. Na 1ª, os 30 clubes foram divididos em duas chaves (A, com 16 times, e B, com 14), classificando-se oito equipes para as semifinais.
Esses oito times foram redivididos em duas chaves de quatro. De cada uma, classificou-se um finalista. A final foi entre Palmeiras e Corinthians.
Este ano, os 16 clubes do campeonato decidiram fazer uma competição por pontos corridos, isto é, todos jogando contra todos em turno e returno.
O campeão seria o clube que fizesse o maior número de pontos ao final das 30 rodadas.
Na opinião dos dirigentes dos grandes clubes, a redução de torcedores nos estádios, durante as suas partidas, está diretamente relacionada à modificação da fórmula de disputa do campeonato.
"Na parte técnica, o campeonato por pontos corridos permite apurar, sem dúvida, o melhor time. Do ponto de vista financeiro, falta aquele algo mais, que só um sistema com finais permite", afirmou o diretor de futebol do Corinthians, Carlos Nujud.
Para ele, os clubes precisam encontrar uma fórmula que concilie os dois aspectos. "Talvez um quadrangular final, como fizeram no campeonato do Rio de Janeiro."
Déficit
Segundo Nujud, as contas do Corinthians ainda não foram fechadas, para se saber se o clube teve lucro ou prejuízo.
"Mas, com certeza, não foi uma competição muito rentável", afirmou.
O vice-presidente de futebol do Palmeiras, Seraphim Del Grande, declarou que o campeonato foi deficitário para o clube.
"A arrecadação foi menor que no ano passado porque agora não houve uma fase final", afirmou.
Apesar disso, o dirigente disse apoiar a fórmula de disputa por pontos corridos. "O clube que mantém uma regularidade conquista o título. Nada mais justo."
Del Grande fez questão de ressaltar que essa é uma posição pessoal. Segundo ele, a diretoria do Palmeiras vai se reunir para decidir se apoiará a fórmula por pontos corridos para 95.
Colaborou Valmir Storti, da Redação

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