São Paulo, terça-feira, 17 de maio de 1994 |
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`Fred é meu melhor papel', diz Goodman
FERNANDO CANZIAN
Goodman começou a ser conhecido depois que atuou em "True Stories", de David Byrne, dos Talking Heads. Ele fez filmes que fizeram pouco sucesso no cinema, como "Aracnofobia" e "Matinée". No domingo passado, Goodman falou à Folha nos estúdios da Universal, em Orlando, na Flórida, onde o filme foi exibido pela primeira vez aos jornalistas. Leia a seguir trechos da entrevista: Folha - Qual o segredo para representar um personagem de desenho animado? John Goodman - Eu copiei o cara. Roubei o mais que pude dele. No começo, fiquei intelectualizando Fred, mas depois vi que o melhor era pegar o seu jeito e a sua voz e agir como ele. Vi o desenho dezenas de vezes e foi o que fiz. Folha - O sr. atuou em alguns filmes que não foram sucessos de bilheteria... Goodman - (Risos) Você quer dizer que eles eram ruins? Folha - Mas agora é o personagem principal de um filme, com grandes chances de ser um sucesso. O sr. está ansioso? Goodman - Yeah (rindo e batendo três vezes na mesa). Serei honesto com você. Isso não é problema meu. Meu problema é representar e o sucesso muitas vezes depende do trabalho dos outros. Às vezes faço coisas, como programas de rádio, que não levam a nada. Meu agente vive me dizendo para não fazer isso ou aquilo porque não há dinheiro grosso envolvido, mas isso não me interessa. Tenho o bastante para viver e faço o meu trabalho. Folha - O sr. faria Fred se não fosse o fato de Steven Spielberg tê-lo convidado para o filme? Goodman - Depende do que estivesse fazendo no momento. Eu não conhecia Spielberg antes disso e foi muito bom trabalhar com ele. O mundo está cheio de caras maus, mas ele é um dos caras bons que aparecem de vez em quando. E depois, `Os Flintstones' foi o filme que mais gostei de fazer até hoje. Agora estamos pensando em outro filme juntos, uma espécie de "A Lista de Schindler" no período das cavernas, mas não sei se vai funcionar. Folha - O que o sr. gosta em Fred? Goodman - É o tipo do cara que gostaria de abrir uma pizzaria e ter o monopólio do mercado. Sempre penso nele segurando duas sacolas de dinheiro e rindo para valer. Texto Anterior: Comida entra no marketing Próximo Texto: A confissão liberta o homem dos males Índice |
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