São Paulo, terça-feira, 17 de maio de 1994
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Passado marca nova eleição dominicana

NEWTON CARLOS
DA EQUIPE DE ANALISTAS

Os dominicanos foram ontem às urnas como se o seu país estivesse parado no tempo.
Doente e quase cego, o presidente Joaquín Balaguer, 87, disputa um 7º mandato. Ele é remanescente da ditadura de 30 anos e 20 mil assassinatos de Rafael Trujillo, morto a tiros em 1960. Ocupou o cargo pela primeira vez em 1966, após a invasão americana.
Um de seus três adversários é o ex-presidente Juan Bosch, ganhador em 1962 das primeiras eleições livres no país, golpeado oito meses depois da posse sob a acusação de "esquerdismo".
Na eleição de 1990, Bosch aparecia à frente nas pesquisas, mas o resultado oficial deu a Balaguer 24 mil votos de vantagem, provocando denúncias de fraude.
Bosch está em terceiro lugar nas pesquisas, com Balaguer em segundo. O primeiro é o social-democrata negro José Francisco Pe¤a Gomez, ex-prefeito de Santo Domingo, que esteve na linha de frente na guerra civil de 1965.
A decisão parecia estar com os 11% de indecisos. Para o historiador Bernardo Vega, esses votos vão em geral para Balaguer, devido à máquina oficial.
Gomez enfrenta racismo. É chamado pelos militares de "negro comunista". Balaguer é acusado de beneficiário da corrupção.

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