São Paulo, terça-feira, 17 de maio de 1994
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Integração das minorias retrocede no país

MARGARET USDANSKY
DO "USA TODAY"

Para os estudantes negros, a história das tentativas de acabar com a segregação nas escolas é uma história de progressos passados e retrocessos recentes. Para os hispânicos é de isolamento.
Hoje quase dois terços dos estudantes negros e três quartos dos hispânicos estudam em escolas onde menos da metade dos alunos são brancos. Quase um terço dos negros e hispânicos frequentam escolas onde menos de 10% dos alunos são brancos.
Mesmo os asiáticos, única minoria que é quase tão suburbana quanto os brancos, não estão imunes: quase metade estuda em escolas cujos alunos são "majoritariamente de minorias raciais".
Estatísticas mostram que depois de avanços iniciais, o processo de integração racial nas escolas americanas emperrou e até retrocedeu.
Exemplo: no Condado de Dade, Flórida, o típico aluno negro estuda numa escola que é 12% branca, contra 24,5% branca em 74.
Hoje, os negros têm maior tendência a estudar em escolas predominantemente frequentadas por minorias raciais do que há 20 anos.
Entre os hispânicos, o nível de segregação vem aumentando desde o final dos anos 60, segundo estudos feitos por Gary Orfield, da Universidade Harvard.
Segundo Orfield, a tendência ao isolamento racial é preocupante porque as escolas predominantemente minoritárias são, em sua maioria, pobres.
"Estamos embutindo um nível crescente de segregação e desigualdade em nossas escolas", diz.
Os estudos de Orfield mostram que a segregação dos negros diminuiu após o veredicto Brown, quando as escolas passaram a ser submetidas a ordens judiciais.
Nos anos 80 a integração diminuiu no país inteiro, quando os governos Reagan e Bush desaceleraram a implementação das ordens judiciais de fim da segregação.
A evasão de brancos prosseguiu e a imigração aumentou o número de alunos de minoriais raciais em muitos distritos urbanos.

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