São Paulo, terça-feira, 17 de maio de 1994
Próximo Texto | Índice

Desemprego; Qual Lula?; Grito da terra; Brasil viável; Pênalti polêmico; Deus nos acuda; Apoio a Osiris; Brindes aos assinantes; Encontro do PT; Revisão exclusiva

Desemprego
"Brilhante e preciso foi o editorial de ontem `Toureando o desemprego'. De fato, entre nós, o grande desafio do momento é desregulamentar o nosso enrijecido mercado de trabalho, a exemplo do que vem sendo feito nas nações mais adiantadas. No Brasil, os encargos sociais ultrapassam 100% e são todos de natureza compulsória, enquanto em outros países esses encargos são mais baixos e, sobretudo, negociáveis. Além dos encargos, persiste no Brasil uma interferência excessiva da Justiça do Trabalho, assim como uma CLT detalhista. Tudo isso era assunto para a revisão constitucional que, pelo jeito, foi para o espaço."
José Pastore (São Paulo, SP)

Qual Lula?
"Que Lula você quer? Esse, que fala com o decoro de um estadista aos empresários, governos estrangeiros e credores internacionais, tendo ao seu lado um competente economista como Aloizio Mercadante? Ou esse, que aceita e endossa anárquicos movimentos trabalhistas, tendo ao seu lado um –atualmente ligeiramente engravatado– radical como Jair Meneguelli? Quem deles tomaria posse após as eleições? E pior: frente a candidatos como Brizola, Quércia, Sarney e o sorridente FHC, que alternativa tem um eleitor desconfiado dos lobbies elitistas dos bancos, supermercados e latifúndios?"
Hanns John Maier (Ubatuba, SP)

Grito da terra
"É incrível a maneira irresponsável e tendenciosa com que alguns `políticos', jornalistas e veículos de comunicação estão atacando o `Grito da Terra Brasil', promovido por sete entidades de caráter nacional e com apoio de dezenas de outras de caráter local, regional e nacional. Digo incrível, pois estes senhores da `política' e da imprensa, não vivem, não discutem, não sabem (ou omitem) a história dos agricultores, índios, pescadores e seringueiros em nosso país, bem como sua situação atual e desejada. Ignoram (ou omitem) as quase 2.000 mortes de trabalhadores rurais só nos últimos 15 anos. Não sabem (ou omitem) a crescente concentração de terras em nosso país, suas causas e consequências."
Ivan José Canci (Florianópolis, SC)

Brasil viável
"Sobre a reportagem `Brasil viável' de 15/05, gostaria de acrescentar que a exploração das jazidas de rochas ornamentais (granito e mármore) da região Nordeste, até aqui tímida e ainda atrasada, é uma das grandes portas de alavancagem do desenvolvimento da região. O Nordeste tem as maiores jazidas do país, o investimento é de baixíssimo risco e o retorno é garantido pela impressionante demanda no mercado externo. A Folha, no entanto, deixou de citar na reportagem um detalhe importante: o Banco do Nordeste do Brasil, através do FNE (Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste), dispõe de linha de crédito subsidiada e exclusiva, a custo máximo de 8% ao ano e com prazos alongados, destinada à exploração e beneficiamento das pedras e está à procura de investidores nacionais e estrangeiros."
José Gomes da Costa, gerente de negócios do Banco do Nordeste do Brasil S.A. (Recife, PE)

Pênalti polêmico
"Assisti por acaso o jogo Palmeiras X Corinthians no domingo por pura vontade de ver um bom jogo. E estava satisfeito até que sua excelência, o juiz, criou o pênalti no Evair! Me veio à mente o pênalti escancarado negado contra o mesmo Palmeiras e a favor do meu São Paulo pela Taça Libertadores no Pacaembu, cena que nunca mais vou esquecer. Não aceito a desculpa que juízes são seres humanos passíveis de erros nos dois casos citados: ninguém julgou como eles."
Luiz Augusto Guimarães Vilela (São Paulo, SP)

Deus nos acuda
"A frase `Deus seja louvado' foi retirada involuntariamente das novas cédulas do real e o fato está causando grande alvoroço no Planalto. Que tal aproveitarem agora a oportunidade e substituírem a tradicional expressão por outra mais de acordo com a situação atual: `Deus nos acuda'!"
Urbano Reis (São Paulo, SP)

Apoio a Osiris
"Acho que a sociedade deve apoiar o competente secretário da Receita Federal, sr. Osiris Lopes Filho. Sem o intuito de acusar a totalidade da laboriosa classe médica, todos sabemos que existem médicos, até `medalhões', cobrando o máximo pelos seus serviços –dolarizados há muito tempo– sem fornecer recibo. Quando o cliente pede o recibo, no cumprimento da lei, a solução encontrada é o aumento do preço da consulta. Se o Cremesp está promovendo campanha para o resgate da ética na classe médica, deveria orientar seus associados que é dever do cidadão pagar impostos ao Estado para custear os serviços públicos prestados à sociedade. Creio, até, que alguns desses médicos sonegadores de IR estudaram em universidades públicas mantidas com os impostos recolhidos da sociedade."
Olavo Almeida (Itapira, SP)

Brindes aos assinantes
"Renovei minha assinatura em abril e gostaria de ser contemplada com o mesmo brinde de quem fez uma nova assinatura. Sugestão: já que a Folha decidiu dar brindes, poderiam ser opcionais, tornando a questão mais democrática, ao invés de uma imposição ao assinante, que lembra mais a época da ditadura."
Rosana Sá dos Santos (São Paulo, SP)

Encontro do PT
"Lamentável a manchete desta Folha no dia 02/05: `Lula inicia a campanha sem controlar PT'. Analisando o teor da reportagem no jornal, as manchetes dos outros jornais de circulação nacional e o que foi aprovado pelo 9º encontro do PT, a Folha incorreu em grave erro, já que, ao contrário do que diz a manchete, Lula conseguiu aprovação quase completa das suas teses sobre dívida externa, aborto, Forças Armadas, monopólios, mediante um acordo que envolveu 80% dos delegados e aprovou um programa moderado e factível. Como leitor assíduo e assinante, pediria um pouco mais de responsabilidade por parte da Folha no trato das informações."
Ricardo Luiz Rocha Cunha (Brasília, DF)

Revisão exclusiva
"A excelente idéia da Constituinte exclusiva, com pessoas votadas exclusivamente para atuar nela, não podendo depois concorrer, por algum tempo, a cargos eletivos, embora atraente, não é muito realista, por várias razões: 1) ela parte do princípio inaceitável de que os parlamentares têm compromissos que os impedem de atuar com isenção em votações tal importância e por isso colocariam os interesses nacionais em segundo plano; 2) é melhor utilizar a experiência de muitos bons parlamentares do Congresso Nacional na confecção da nova Carta do que recorrer a pessoas bem intencionadas, mas sem a mínima experiência legislativa."
Bernardo van Raij (Campinas, SP)

Próximo Texto: A aliança PFL-PSDB
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.