São Paulo, quarta-feira, 18 de maio de 1994 |
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Ford escreve o mito em P&B
INÁCIO ARAÚJO
Produção: EUA, 1962, 119 min. Direção: John Ford Canal: Globo, 0h15 Na história do cinema, a passagem do preto-e-branco para a cor tem menos importância. Na história da percepção, talvez não seja assim. No início do falado (fim dos anos 20), não faltou quem lamentasse o desaparecimento da pura arte das imagens. A passagem do preto-e-branco à cor foi mais suave. Mas criou uma cisão até mais profunda. Os nostálgicos até hoje conseguem ver mais riqueza cromática num bom preto-e-branco. Espectadores mais jovens, que cresceram a partir do momento em que a cor virou regra, costumam se espantar com filmes P&B, como se fossem uma espécie de anomalia. "O Homem que Matou o Facínora" é uma boa oportunidade para matizar esses conceitos. A história é a do senador (Stewart) que vem a uma pequena cidade reverenciar um obscuro pistoleiro (Wayne) que acaba de morrer. O senador recontará a história verdadeira do episódio em que ele teria matado um terrível facínora. Estará entre o mito e a história. Estágio em que sonho e real se encontram. É o lugar preferido de Ford. E ideal para o P&B mostrar sua beleza. (Inácio Araujo) Texto Anterior: Documentário mostra criação de Renoir Próximo Texto: Fórmula movimentada do novo `Fanzine' não emplaca na estréia Índice |
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