São Paulo, quarta-feira, 18 de maio de 1994
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Luta no Iêmen pode ter matado 3 mil

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Cerca de 3.000 soldados do Iêmen do Norte e do Sul podem ter morrido nos últimos dias em combates pela base de Al Anad, no sul do país.
A informação foi dada ontem por uma rádio de Áden ligada aos sulistas.
Tropas do Iêmen do Norte controlavam ontem parte da base aérea, que é a mais importante do sul do país.
A tomada foi anunciada anteontem pelas forças do norte, que depois afirmaram que o local estava cercado.
A conquista da base foi anunciada novamente ontem pelo norte, mas não houve confirmação por parte de fontes independentes.
Al Anad fica a 60 quilômetros ao norte de Áden, a capital do sul, e é considerada a última barreira militar a ser vencida pelo norte antes da invasão da cidade.
Havia notícias de avanços das tropas do norte em direção a Áden. As tropas do sul tentavam reunir homens e armamentos para reagir à ofensiva.
Foram registrados combates em Zingibar, região costeira a 60 km a noroeste de Áden.
A ofensiva do norte também prosseguia na região petrolífera de Shabwah, a 240 km da capital sulista.
O norte-iemitas anunciaram a tomada de dois quartéis e a captura de 20 tanques e um avião Mig em Shabwah.
O ministro das Relações Exteriores do Iêmen, Mohammad Salem Basendwa, disse ontem que as tropas do norte não precisarão invadir Áden.
Segundo ele, "os rebeldes sulistas serão expulsos pela própria população da cidade".
A declaração foi feita em Qatar. Basendwa está percorrendo os países árabes em busca de apoio para o presidente Ali Abdullah Saleh.
Mediadores da Liga Árabe retornaram ontem ao Cairo depois que o presidente Saleh, rejeitou as proposta de cessar-fogo e mediação para o conflito pela Liga.
Uma rádio do Iêmen do Norte noticiou ontem o encontro do embaixador norte-americano no Iêmen, Arthur Higgins, com o presidente do Iêmen.
Durante a audiência, Higgins teria manifestado a "apreensão" do governo dos Estados Unidos em relação ao confronto.
Ontem, o governo russo anunciou a retirada de 600 de seus cidadãos do Iêmen. Cerca de mil pessoas estão no país.
A ONU está negociando a retirada de 6.000 refugiados somalis do Iêmen. Pelo menos cem deles já morreram em tiroteios no campo Al Kouda, localizado a 50 km a leste de Áden.
Os antigos Iêmen do Norte e do Sul, ex-comunista, foram unificados em 1990.
O confronto no país começou há duas semanas por causa de divergências entre o presidente Saleh e seu vice, Ali Salem Al Baidh, que lidera as tropas sulistas.

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