São Paulo, quinta-feira, 19 de maio de 1994
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Quércia vai priorizar críticas a Itamar

MÁRIO SIMAS FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

O virtual candidato do PMDB à Presidência, Orestes Quércia, disse que fará uma campanha de oposição ao governo federal, independente da decisão do partido.
Segundo Quércia, o PMDB vai resolver "devagar" se mantém ou não o apoio ao governo do presidente Itamar Franco. "Administrar isso cabe ao presidente do partido", disse.
O ex-governador afirmou que o orçamento da campanha está sendo elaborado por um grupo liderado pelo empresário Nildo Masini. O mesmo grupo será responsável pela arrecadação dos recursos.
Quércia criticou Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Segundo ele, os dois não possuem experiência administrativa. A seguir, trechos da entrevista de Quércia concedida à Folha na terça-feira:
PMDB E GOVERNO
Essa questão vai ser resolvida devagar. Tenho um pensamento antigo e acho que o partido deve se afastar do governo o máximo possível. Mas isso não se resolve de imediato.
Há uma realidade e o presidente do partido não pode se afastar dela. O partido pode ter compromissos que eu desconheça.
A minha campanha vai ser afastada do governo, de oposição. Essa questão terá que se administrada pelo deputado Luiz Henrique (PMDB-SC, presidente do partido). Evidentemente ele terá meu auxílio.
ABSTENÇÃO NA PRÉVIA
Acho que o quórum de 50% foi muito bom. Já esperava isso. No Rio Grande do Sul o quórum do PMDB foi mínimo porque foi trabalhado.
Nos outros lugares a abstenção se deu por dificuldade de transporte, pois a prévia só aconteceu nas capitais.
SARNEY
Acho que sua desistência não ajudou a aumentar a abstenção na prévia. Nos próximos dias deverei conversar com ele.
A conversa será com um líder partidário e não com alguém candidato a ocupar o lugar de vice na chapa do PMDB.
RECURSOS
O empresário Nildo Masini está coordenando um grupo para elaborar um orçamento e levantar onde e como buscar recursos.
Esse quadro não está definido e acho que o Paes de Andrade, tesoureiro do PMDB, irá nos ajudar nessa parte financeira e administrativa da campanha.
FHC e LULA
A origem da candidatura de FHC é uma coligação de banqueiros, reacionária, incapaz de um projeto que atenda ao povo brasileiro. Ele juntou-se a uma elite sanguessuga da nação, cujos interesses não são os do povo.
O Lula tem um partido radical, que não consegue se entender e será incapaz de governar, pois não consegue reunir os diversos setores da sociedade.
Os dois não têm experiência administrativa e o povo tem sensibilidade para entender isso. Prova é que todos os presidentes civis deste país antes de eleitos foram governadores.

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