São Paulo, quinta-feira, 19 de maio de 1994
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Câmara cassa o mandato de Ibsen com 296 votos

DENISE MADUEÑO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ex-presidente da Câmara Ibsen Pinheiro (PMDB-RS) teve o seu mandato cassado ontem. Até agora, foram cassados 5 dos 18 parlamentares acusados pela CPI do Orçamento de irregularidades no uso de verbas públicas.
Ibsen apelou para questões pessoais e corporativistas para tentar reverter a tendência de cassação no plenário da Câmara. Foi aplaudido ao final do discurso.
A votação começou às 19h05, após nove horas de sessão. A apuração foi concluída pouco depois das 21h.
O pedido de cassação do deputado foi aprovado na semana passada pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), primeira etapa do processo. Para a cassação eram necessários 252 votos (metade mais um).
No discurso, Ibsen defendeu a Câmara e atacou a imprensa. "Sempre fui um defensor desta Casa. Não permiti que a polícia entrasse aqui para investigar as denúncias de prostituição e tráfico de drogas na Câmara", afirmou. As duas reportagens foram publicadas pela Folha.
Ibsen afirmou que a imprensa tem interessse em criticar o Congresso, sem deixar claro que interesses são estes: "É preciso intimidar a Casa, mantê-la acossada".
Segundo o deputado, ao contrário da saúde e dos livros no Brasil, a imprensa tem isenção de impostos em uma "convivência espúria" com as verbas públicas.
STF
O ministro Carlos Velloso, do STF (Supremo Tribunal Federal), ao pedido de bsen de suspensão do julgamento, afirmou que "cabe ao órgão julgador apreciar se a prova requerida (uma perícia, no caso) é necessária".

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