São Paulo, quinta-feira, 19 de maio de 1994
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Deputado esperava resultado

FLÁVIA DE LEON; DENISE MADUEÑO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Ibsen Pinheiro já esperava um resultado desfavorável. Na manhã de ontem, ele disse a sua mulher, Laila, que estava preparado para a cassação. Só não contava com o quórum elevado –470 deputados.
Ele soube de sua cassação quando já estava em casa. Abatido, não chorou. No dia em que a cassação foi aprovada na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), ele chorou muito, abraçado com Laila.
O momento de maior tensão foi quando falou por telefone com seu filho, Márcio. Em sua casa estavam funcionários e o ex-presidente do TST (Tribunal Superior do Trabalho) Luiz José Guimarães Falcão e sua família.
Cordialidade
Na Câmara, Ibsen mudou seu comportamento para enfrentar o plenário. Em vez da agressividade usada na CCJ, ele se mostrou cordial.
Na CCJ fez ataques pessoais ao relator que pedia sua cassação, deputado Luiz Máximo (PSDB-SP). Ontem, pediu desculpas a Máximo.
Quando chegou ao plenário, disse entender a dificuldade que os deputados teriam para inocentá-lo.
"O processo tem uma repercussão muito grande por seu conteúdo de escândalo. Tenho consciência da dificuldade, mas também tenho confiança que o plenário faça um julgamento justo", disse.
Ibsen também foi simpático. Cumprimentou todos os deputados por quem passou até chegar à mesa para falar com o presidente, Inocêncio Oliveira (PFL-PE).
Durante a fase de acusação, foi fazer um lanche.
(Flávia de Leon e Denise Madueño)

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