São Paulo, quinta-feira, 19 de maio de 1994
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Pressão por reajuste de salários do funcionalismo ameaça o plano

SÔNIA MOSSRI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Pressão por reajuste de salários do funcionalismo ameaça o plano
Às vésperas da criação do real, quando o Ministério da Fazenda considera essencial conter os gastos públicos, existem pressões dentro do próprio governo para reajustar os salários do funcionalismo e aumentar as despesas das estatais.
As equipes da Fazenda e do Planejamento atribuem ao chefe da Secretaria de Administração Federal, Romildo Canhim, militares e ao ministro da Justiça, Alexandre Dupeyrat, pressões junto ao presidente Itamar Franco para a concessão de aumento aos funcionários públicos federais.
Desde as discussões para a conversão dos salários do funcionalismo público em URV, Canhim diz que os valores estão muito baixos.
Os ministros militares também estão insatisfeitos com os salários e reclamam junto ao presidente Itamar Franco.
O Planalto é simpático à proposta de concessão de reajuste, mas enfrenta o argumento da Fazenda e do Planejamento de que não há recursos suficientes.
Os cortes superiores a US$ 2 bilhões (CR$ 3,1 trilhões), equivalentes ao custo de construção da usina nuclear de Angra 1, promovidos nos investimentos das empresas estatais em 94 desagradaram os ministérios das Comunicações e das Minas e Energia.
A contenção dos investimentos integra projeto de lei elaborado pelo Planejamento e ainda em tramitação no Congresso. Nos anos anteriores, a maior parte das empresas não cumpriu a meta de gastos fixada pela área econômica.
O ministro das Comunicações, Djalma Moraes, disse que negocia com os ministros da Fazenda, Rubens Ricupero, e do Planejamento, Beni Veras, expansão nos investimentos da Telebrás.
Os investimentos da Telebrás foram fixados em US$ 2,9 bilhões pelo Planejamento. Moraes afirma que a empresa tem recursos próprios, gerados pela receita resultante dos serviços prestados, para investir US$ 4 bilhões.

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