São Paulo, quinta-feira, 19 de maio de 1994 |
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Fábrica é acusada de emitir chumbo no ar
LÉLIO PAGIORO
A indústria é acusada de contaminar o meio ambiente com chumbo. Dois inquéritos apuram o caso em Pindorama desde 4 de abril. A Incometal fabrica barras metálicas a partir de carcaças de baterias de carro e, segundo a Cetesb (Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental), despeja diariamente 420 kg de partículas de chumbo no ar. A Cetesb não permite a emissão do metal no meio ambiente. As partículas já mataram cerca de cem animais, segundo a Casa da Agricultura de Pindorama. A carne de bovinos criados nas proximidades da fábrica é comercializada em açougues da região. A pessoa que comer carne contaminada pode sofrer, a longo prazo, de uma doença chamada saturnismo, uma intoxicação forte causada por chumbo. Segundo o professor de patologia veterinária da Unesp, Gervásio Henrique Beshara, 45, o chumbo provoca cegueira e tremedeira, podendo levar até à morte. A Cetesb determinou a instalação de um filtro nas chaminés da Incometal. O curador Peres afirma que vai interditar a empresa caso o filtro não tenha sido instalado. O aparelho está avaliado em US$ 40 mil. O diretor regional da Cetesb de Rio Preto, Paulo Eduardo Antunes, 28, disse que a empresa seria multada ontem pela segunda vez pela poluição. Caso receba uma terceira multa, a Incometal será fechada. Se for comprovada a contaminação do ar, os proprietários da empresa poderão ser indiciados criminalmente. A pena é de dois a seis anos de prisão. Procurados pela reportagem da Folha, os sócios da Incometal, Clóvis Frey e Alcides Stucchi, não foram encontrados. Texto Anterior: Polícia retira portões que protegeriam tráfico em favela Próximo Texto: Prefeitura de Campos do Jordão estima prejuízo em US$ 1 milhão Índice |
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