São Paulo, quinta-feira, 19 de maio de 1994 |
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Milan muda seu estilo de jogo e arrasa o Barcelona
CLÓVIS ROSSI
No campo, com o coração, o Milan pôde estraçalhar o Barcelona (4 x 0) e conquistar sua quinta Copa dos Campeões, o mais importante torneio interclubes europeu. A partida foi disputada ontem no Estádio Olímpico de Atenas. Mas o "cuore" não foi tudo. Mais decisivo ainda foi o talento de um certo Dejan Savicevic, nascido na obscura república de Montenegro (desmembramento da Iugoslávia) há 27 anos e já campeão europeu de clubes em 91, pelo Estrela Vermelha de Belgrado. Savicevic fez o diabo em campo. Logo aos 22min, deixou o zagueiro Nadal sentado no chão, com uma finta espetacular, e cruzou para Massaro fazer 1 x 0. Depois, aos 2min do segundo tempo, Savicevic acabou com qualquer hipótese de reação do Barcelona. O jogo já estava 2 x 0 (Massaro fizera também o segundo, aos 47min do primeiro tempo, aproveitando passe de Donadoni). O montenegrino tomou a bola de Nadal (com uma solada que o juiz não marcou) e, de da linha lateral da grande área, tocou por cima do 1,87 m do goleiro Zubizarreta para fazer 3 x 0. Mais: aos 12min, Savicevic recebeu de Albertini, matou no peito e chutou na trave. Na sobra, Albertini recuperou a bola e, mesmo caindo, tocou para Desailly encerrar a goleada. Desailly, aliás, foi o outro nome do jogo. Esse jogador de Gana, naturalizado francês, fez a proteção à frente da zaga. Foi um verdadeiro pára-brisa, limpando tudo o que aparecia à sua frente. Graças a ele, o Milan matou o jogo habitual do Barcelona, que é a troca intensa e permanente de passes até achar a brecha para a finalização. Desailly fechou todas as brechas. Consequência: o goleiro Sebastiano Rossi nem preciso suar a camisa. O Barcelona não deu um único chute realmente perigoso à meta defendida pelo "divo" Rossi (conforme dizia uma faixa da torcida milanista). O técnico do Milan, Fabio Capello, saboreou o triunfo não apenas pelo título em si, mas pelas circunstâncias. Antes do jogo, o técnico adversário, o holandês Joahn Cruyff, cantava favoritismo e Capello também atribuía ao Barça idêntica condição. Depois, Capello deu o troco. "Cruyff tentou criar problemas para nós durante a partida e nós para ele. O resultado mostra quem o conseguiu", disse o técnico do Milan. E aproveitou para auto-elogiar-se: "O Milan fez uma partida extraordinária, com grande inteligência tática". Texto Anterior: Barrichello chega para negociar sua transferência para a Williams Próximo Texto: Técnico do Milan ataca Romário e Stoichkov Índice |
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