São Paulo, quinta-feira, 19 de maio de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Técnico do Milan ataca Romário e Stoichkov

CLÓVIS ROSSI
DO ENVIADO ESPECIAL

Com toda a elegância, o técnico do Milan, Fabio Capello, não perdeu a oportunidade de dar a sua estocada no astro brasileiro Romário, atacante do Barcelona.
"Os adversários de Romário e de Stoichkov hoje (ontem) foram diferentes daqueles contra os quais eles dois estão habituados a jogar", disse Capello depois da goleada.
Essa foi sua resposta a uma pergunta sobre as razões pelas quais nem o brasileiro nem o búlgaro, os dois artilheiros do Barcelona, havia feito algo de útil na partida decisiva da Copa Européia de Clubes Campeões.
Sem mencionar os dois, o técnico do Barcelona, o holandês Johan Cruyff, concordou indiretamente com Capello.
Cruyff atribuiu a culpa da derrota barcelonista ao fato de seus jogadores terem perdido todos os duelos individuais com os milanistas.
É verdade: Romário não ganhou uma de Galli, mero reserva do Milan, que substituiu o titular Alessandro Costacurta, suspenso.
Nem mesmo o fato de o líbero Franco Baresi também ter desfalcado o time italiano ajudou o brasileiro.
O búlgaro Stoichkov tentou primeiro pela esquerda e, depois, pela direita, mas tampouco conseguiu superar seu marcador (o lateral-direito Tassotti ou o lateral-esquerdo Panucci).
Cruyff tem razão também no meio-campo e na defesa. O volante francês Desailly matou, com a ajuda do meia Donadoni, todo o meio-campo do Barça.
O líbero Koeman e o zagueiro Nadal tomaram um passeio do atacante sérvio Saviceviv.
"Se não tínhamos a bola, não podíamos atacar", queixou-se Cruyff depois do jogo, para explicar os motivos do fracasso ofensivo de um time que, no Campeonato Espanhol, fez 91 gols em 38 partidas.
"O Milan foi sempre um time muito superior", reconheceu Cruyff. Antes da partida, ele havia menosprezado o time italiano e também o seu técnico, ao dizer que o Milan de Arrigo Sacchi (antecessor de Capello e hoje técnico da seleção italiana) era melhor.
A torcida milanista também parecia acreditar nisso. Foi só depois dos 30min do segundo tempo, já com 4 x 0, que ela desfraldou a enorme bandeira rubronegra, cores do time, com os dizeres: "Milan, Campione de Europa, Grazie ragazzi" (Milan, campeão da Europa, obrigado rapazes).
(CR)

LEIA MAIS
sobre a vitória política de Silvio Berlusconi, presidente do Milan e primeiro-ministro da Itália, na pág. 2-11

Texto Anterior: Milan muda seu estilo de jogo e arrasa o Barcelona
Próximo Texto: Defesa do Milan anula adversário
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.