São Paulo, quinta-feira, 19 de maio de 1994 |
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Teatrul National Craiova leva ao palco tradições da Romênia
ANA FRANCISCA PONZIO
A convite do 4º Festival Internacional de Artes Cênicas, apresenta até segunda-feira o espetáculo "Titus Andronicus". Sediado numa pequena cidade na fronteira com a ex-Iugoslávia, o Teatrul National Craiova vem obtendo repercussão internacional nos últimos anos. Carreira internacional Ano passado, no importante Festival das Américas, realizado em Montreal, Canadá, "Titus Andronicus" recebeu o prêmio de melhor espetáculo estrangeiro. A peça da companhia venceu trabalhos assinados por Bob Wilson e Ariane Mnouchkine. Sucesso também no Festival de Edimburgo (Grã-Bretanha), esse grupo de 40 atores, hoje sob direção artística de Emil Boroghina, já se apresentou em quase toda a Europa e Japão. "Hoje o grupo é uma espécie de embaixador da cultura romena", diz Boroghina. "Em nossa cidade, que possui uma universidade e um time de futebol importante, o teatro é a expressão mais apreciada", afirma Boroghina. "Temos uma sala de espetáculos moderna, de 600 lugares, mas com acústica e visibilidade perfeitas e nossos salários e produções são pagos pelo governo". Tradição Fundado em 1850, o Teatrul National Craiova é uma das instituições mais antigas da Romênia. Já enfrentou falências, incêndios, golpes de Estado. No início, apresentava musicais e vaudevilles. Após 1900, seu repertório voltou-se para os dramas e clássicos, principalmente de Shakespeare e Molière. Realismo socialista Com o regime comunista, vieram os espetáculos que expressavam o chamado "realismo socialista". Nos anos 50, os autores soviéticos eram os mais encenados. A queda do general Ceaucescu em 1989 representou uma nova fase. Daí em diante, o grupo passou a trabalhar com o diretor Silviu Purcarete, responsável pelas produções de maior sucesso, como "Titus Andronieus". Purcarete não acompanha o elenco nesta temporada no Brasil. "Praticamos um teatro de equipe, que reúne os melhores atores da Romênia", afirma Boroghina, que enfatiza a atual liberdade criativa conquistada pela companhia. "De 1989 para cá não tivemos mais censura", garante. Texto Anterior: WILLHELM MEINHOLD Próximo Texto: Impacto visual marca montagem Índice |
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