São Paulo, quinta-feira, 19 de maio de 1994
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Impacto visual marca montagem

ANA FRANCISCA PONZIO
ESPECIAL PARA A FOLHA

A peça "Titus Andronious", de Shakespeare, recebeu apenas três montagens em 200 anos, até ser redescoberta por Peter Brooke em 1955.
Apesar de retratar um período de extrema barbárie em Roma, sob o drama do poder não assumido pelo personagem do título, é considerado um texto de grande poder poético.
Segundo o diretor do Teatrul National Craiova, Emil Boroghina, a montagem que será apresentada em São Paulo tem o impacto visual como uma das principais características.
No entanto, a cenografia de Stefania Cenean parte de uma concepção simples. Inundando o espaço cênico, imensos panos brancos sugerem campos de batalha ou velas içadas ao vento.
A versão da montagem sintetiza, sem subverter, o texto original. "É uma obra que fala da poesia da atrocidade. Estruturei a montagem como um conto de fadas mostrado pelos olhos de um garoto, Lucius, que se inicia na maldade do mundo", comenta Purcarete.
O diretor explica que não procurou relacionar a peça ao regime do ditador romeno Ceauceseu. "O vínculo maior é com a política mundial, mais especificamente com a situação da Iugoslávia, que hoje enfrenta um sentimento de destruição absoluta."
Atraído pelos clássicos, Purcarete montou em 1990 "Ubu Rei com Cenas de Macbeth", sobre os autores Jarry e Shakespeare.
Sua última peça, "Phaedra", estreou em junho do ano passado em Viena. Purcarete é um dos três diretores-residentes do Teatrul National Craiova. No momento, ele também dirige o Teatro de Bucareste.
"Titus Andronicus", embora falada em romeno, costuma ser de fácil compreensão para qualquer público.

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