São Paulo, quinta-feira, 19 de maio de 1994
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`Jihad' é cruzada pessoal, diz Arafat

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O presidente da OLP, Iasser Arafat, disse ter usado um sentido religioso ao conclamar os palestinos a uma "jihad" por Jerusalém, no discurso feito na África do Sul em 10 de maio.
Durante entrevista coletiva com o chanceler de Israel, Shimon Peres, Arafat disse que o termo "jihad" tem sentido religioso e pacífico, além do de guerra santa.
"Vou continuar minha `jihad' para que cristãos, muçulmanos e judeus rezem juntos em Jerusalém", declarou Arafat, que está em Oslo (capital da Noruega).
Peres aceitou a explicação e disse que "Arafat continua comprometido com o fim da violência, do terror e da guerra".
O primeiro-ministro de Israel, Yitzhak Rabin, havia ameaçado abandonar as negociações por causa das declarações de Arafat feitas numa mesquita de Johannesburgo.
Na ocasião, Arafat disse: "`Jihad' vai continuar. Nosso objetivo é Jerusalém".
O líder palestino e o chanceler Peres foram a Oslo inaugurar um monumento em homenagem à participação da Noruega no acordo de paz entre Israel e OLP.
Também presente na cerimônia, o ex-presidente Jimmy Carter (EUA) disse que Arafat deixou bastante claro que "`jihad' significa uma cruzada ou um compromisso pessoal profundo".
Negociações que levaram à assinatura do acordo de paz foram inciadas na Noruega.
O governo de Israel insiste que Jerusalém é a capital indivisível do país. Já os palestinos reivindicam a parte oriental como capital de um futuro Estado.
Na Guerra dos Seis Dias (1967), Israel conquistou a península do Sinai (devolvida ao Egito), Gaza, a Cisjordânia (inclusive Jerusalém Oriental) e as colinas de Golã.
Ontem, o governo sírio informou que ainda há grandes diferenças entre as posições de Damasco e de Israel sobre um acordo de paz.
O porta-voz Joubran Kourieh disse que o presidente Hafez al Assad reiterou ao secretário norte-americano de Estado, Warren Christopher, que seu país só fará a paz se obtiver a retirada integral dos israelenses de Golã.
Já a agência de notícias egípcia "Mena" informou ontem que Israel e Síria haviam chegado a um acordo de princípios para a região.
Após a reunião com Al Assad, Christopher foi para o Cairo onde se reuniu com o presidente Hosni Mubarak. Segundo Christopher, ainda há muitas dificuldades.

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