São Paulo, quinta-feira, 19 de maio de 1994 |
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Plano em baixa A aprovação popular ao Plano Real sofreu um forte abalo. Essa é a conclusão inequívoca que se pode tirar da pesquisa Datafolha, feita na cidade de São Paulo, sobre a avaliação das medidas econômicas adotadas pelo governo federal. Se o plano efetivamente vai ou não ser bom para o país, apenas o tempo dirá. Mas a maioria relativa dos paulistanos crê que as medidas adotadas pelo governo são ruins para o Brasil (43%). Em março, logo após o anúncio do plano, esse percentual era de 20%. O dado curioso é que, tanto em março como agora, as expectativas em relação à inflação permanecem praticamente invariadas: 42% consideravam que o ritmo de aumento dos preços se elevaria; hoje, estes são 45%. Paradoxalmente, até aumentou um pouco o número daqueles que pensam que a inflação deve cair. Em março, 23% apostavam nessa hipótese; hoje são 27%. Esse ceticismo é até natural quando se leva conta a experiência passada de planos fracassados. De qualquer forma, o índice elevado de pessoas que esperam uma alta da inflação revela que a população de São Paulo está desinformada em relação ao plano, como de resto o estão também os economistas. Existe um único consenso entre os especialistas: o ritmo de aumento de preços será bruscamente reduzido quando da introdução do real em 1º de julho. Se essa baixa vai ser ou não duradoura já é uma outra questão. Para o governo, uma coisa é certa. É preciso que o Planalto se esforce mais em tornar as regras claras e fazer as pessoas compreenderem o que vem a ser o Plano Real. Afinal, em economia mais do que em qualquer outra ciência social, as expectativas acabam influenciando o futuro. E, quando se espera o pior, vem o pior. Próximo Texto: Infinito enquanto dure Índice |
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