São Paulo, quinta-feira, 19 de maio de 1994
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Capital alemã estimula passeios a pé

STEPHEN KINZER
DO "TRAVEL/THE NEW YORK TIMES"

Berlim é uma ótima cidade para se percorrer a pé. Um excelente sistema de transportes públicos interliga os bairros distantes entre si. Em quase todas as partes da cidade o turista pode sair do metrô e começar a caminhar a esmo, tendo a sensação de estar aproveitando bem seu tempo.
O clássico passeio a pé em Berlim Ocidental é feito ao longo da brilhante Kurfürstendamm (ou Ku'damm, como preferem os berlinenses), o principal bulevar de compras da cidade, e de sua extensão, a Tauentzienstrasse.
Comece pelo Wittenbergplatz, dominado pela loja de departamentos KaDeWe (não deixe de se reabastecer na refinadíssima cafeteria), e depois passeie diante das vitrines das lojas, galerias, cafés e butiques, não se esquecendo de andar também pelas ruas laterais.
No lado oriental da cidade, o passeio que não se pode deixar de fazer é pela avenida mais histórica da cidade, a Unter den Linden, que se estende por 3,5 quilômetros entre o portão de Brandenburgo e a Alexanderplatz –esta última transformada durante o período comunista em um complexo de prédios modernos de gosto duvidoso.
Na avenida há muitos edifícios elegantes dos séculos passados, incluindo a antiga casa de ópera, a Catedral de Berlim e a Universidade Humboldt, por cujos corredores passaram Albert Einstein, Max Planck e outros titãs intelectuais.
Também vale a pena visitar o monumento recém-dedicado às vítimas da guerra, em Neue Wache, que é objeto de controvérsias porque, na opinião dos críticos, parece homenagear não apenas as vítimas dos crimes de guerra, mas também seus perpetradores.
Perto do portão de Brandenburgo fica o Reichstag, ex e futura sede do Parlamento alemão, que o artista conceitual Christo pretende embrulhar com tecido prateado no ano que vem.

Tradução de Clara Allain.

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