São Paulo, sexta-feira, 20 de maio de 1994
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Novo julgamento não atrai parlamentares

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O julgamento do deputado Daniel Silva (PFL-MA) na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) foi suspenso ontem porque a sessão estava esvaziada, com poucos parlamentares. A defesa apresentada pelo acusado foi considerada "simplória".
A comissão entendeu que Silva seria prejudicado no julgamento. O advogado do acusado não compareceu e o próprio deputado fez sua defesa. Silva não usou nem dez minutos do julgamento.
Apenas 21 membros da comissão estavam na sessão da CCJ ontem, apesar de 44 deputados terem registrado suas presenças.
O julgamento de Daniel Silva continua na próxima terça-feira.
O deputado foi acusado pela CPI do Orçamento de ter desviado dinheiro público.
Ele teria ficado com US$ 29,2 mil de subvenções sociais liberadas para a prefeitura de Imperatriz (MA). O irmão do deputado, David Alves da Silva, era o prefeito de Imperatriz.
O deputado José Luiz Clerot (PMDB-PB) pediu a suspensão do julgamento.
"É um deputado humilde que está indefeso. Precisamos dar direito à defesa", afirmou.
O relator do processo, deputado João Natal (PMDB-GO), concordou e também pediu a suspensão da sessão.
`Homem humilde'
Durante o julgamento, Daniel Silva disse que é um "homem humilde" e que nunca recebeu dinheiro de empresários.
"O Tribunal de Contas da União (TCU) fez confusão achando que eu tinha feito transação envolvendo propina", afirmou Silva. Foram técnicos do Tribunal de Contas da União que descobriram o desvio de verbas.
Segundo a acusação, o dinheiro de subvenções foi para a prefeitura, que o repassou para a empreiteira Construmax, que por sua vez, depositou parte do dinheiro na conta de Silva.
O deputado afirma que o cheque da Construmax em sua conta bancária se referiu à venda de uma máquina de terraplanagem.

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