São Paulo, sexta-feira, 20 de maio de 1994
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Campanha de Brizola apostará no rádio

FERNANDO MOLICA
DA SUCURSAL DO RIO

O ex-governador do Rio Leonel Brizola (PDT) decidiu apostar, em sua nova campanha à Presidência, em uma estratégia que deu certo em 1958, quando foi eleito governador do Rio Grande do Sul: o uso constante do rádio.
Em 1958, Brizola falava semanalmente pelo rádio. Agora, o PDT está montando uma estrutura de produção e veiculação de programas que divulgarão fatos de sua campanha.
A montagem do esquema está sendo coordenada pelo presidente nacional do PDT, Neiva Moreira.
A Folha apurou que o PDT já obteve de cerca de 80 emissoras de rádio de Minas Gerais o compromisso de colocar no ar "reportagens" sobre a campanha de Brizola.
Essas "reportagens" serão produzidas pela campanha e enviadas para rádios de todo o país.
O projeto de Brizola pode esbarrar na legislação eleitoral, que proíbe propaganda eleitoral nos meios de comunicação fora do horário gratuito.
Na avaliação dos coordenadores da campanha do PDT, essas inserções em rádios poderão ser muito úteis em Estados como São Paulo e Minas Gerais, onde é restrita a presença de Brizola entre o eleitorado.
Na campanha presidencial de 89, Brizola obteve 1,45% dos votos de São Paulo e 4,99% dos que foram dados em Minas.
Para a direção do PDT, estes programas poderão romper o que classificam de "boicote" dos meios de comunicação à candidatura Brizola.
O rádio é o meio de comunicação preferido por Brizola. Em 1961, por uma cadeia de rádios liderada pela Guaíba, de Porto Alegre, Brizola comandou a rede da legalidade.
O movimento visava garantir a posse na Presidência da República do vice João Goulart depois da renúncia de Jânio Quadros.
Em seu segundo governo no Rio de Janeiro (1991-94), Brizola criou a prática de, uma vez por semana, comparecer à radio Tupi para falar, praticamente sem interrupções, por quase duas horas.

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