São Paulo, sexta-feira, 20 de maio de 1994
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Bolsa paulista registra alta de 12,1%

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

O mercado acionário explodiu ontem com a aprovação da medida provisória que criou a Unidade Real de Valor (URV).
O índice da Bolsa paulista subiu 12,1% e a do Rio (índice Senn) 11,6%. Após quedas sucessivas de cotações, os preços do mercado acionário já estavam ficando baixos e a recuperação está vindo de maneira rápida.
Os investidores estrangeiros voltaram a atuar. A gradual queda nas taxas de juros colabora também para a valorização nos preços. A desistência do ex-presidente Sarney de concorrer ao Planalto ajudou a candidatura de Fernando Henrique e o mercado reagiu de maneira positiva.
A elevação de 12,1% no indicador de preços da Bolsa paulista significou a maior alta desde 22 de fevereiro de 1994 (+13,4%) e a segunda maior elevação diária do índice Bovespa desde 28 de dezembro de 1992 (+13,0%).
Ontem nenhuma ação do índice Bovespa registrou baixa. As ações que mais subiram no mercado paulista foram do setor elétrico. Os papéis Cesp PN acusaram alta de 28,7% e os da Cemig PN (+28,1%).
O volume de negócios (CR$ 431,5 bilhões) é um recorde nominal em dias normais (sem ser vencimento de opções). O giro de negócios equivaleu ontem a US$ 263,05 milhões, contra US$ 184,66 milhões no dia anterior.
As taxas de juros dos Certificados de Depósito Bancário caíram ontem 197 pontos, por causa da expectativa de inflação menor para maio. No início do mês, o mercado trabalhava com expectativa inflacionária (variação de URV) superior a 45% e reavaliou para 44%.
A expectativa de inflação (IGP-M) na BM&F para maio caiu de 42,97% no dia anterior para 42,88% ontem.
No mercado cambial há uma certa tranquilidade. O Banco Central realizou ontem um leilão de compra. As cotações do dólar no paralelo e do flutuante estão bastante próximas do dólar comercial.

JUROS
Curto prazo
Os cinco maiores fundões renderam, em média, 1,624% no dia 17, projetando rendimento para o mês de 42,04%. No mercado de Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), as taxas de juros oscilaram entre 54,35% e 54,40% ao mês por um dia.
CDB e caderneta
As cadernetas que vencem hoje rendem 46,2576%. CDBs prefixados negociados ontem: de 8.150% a 8.350% ao ano para 30 dias. CDBs pós-fixados de 90 dias: 24% a 26% ao ano mais a variação da TR.
Empréstimos
Empréstimos por um dia ("hot money") contratados ontem: de 54,36% a 55,50% ao mês. Para 30 dias (capital de giro): de 8.250% a 8.450% brutos ao ano.
No exterior
Prime rate: 7,25% ao ano. Libor: 4,8750%.

AÇÕES
Bolsas
São Paulo: alta de 12,1%, fechando com 20.084 pontos e volume financeiro de CR$ 431,52 bilhões, contra CR$ 297,911 bilhões no dia anterior. Rio: elevação de 11,6% (I-Senn), fechando com 73.075 pontos e volume financeiro de CR$ 50,89 bilhões, contra CR$ 57,35 bilhões no dia anterior.
Bolsas no exterior
O índice Dow Jones fechou com 3.758,98 pontos, com alta de 26,09 pontos. O índice Financial Times fechou com 2.477,40 pontos, com elevação de 13 pontos. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou com 20.221,34 pontos, com alta de 68,61 pontos.

DÓLAR E OURO
Dólar comercial (exportações e importações): CR$ 1.640,45 (compra) e CR$ 1.640,47 (venda). No dia anterior, segundo o Banco Central, o dólar comercial fechou a CR$ 1.613,26 (compra) e CR$ 1.613,28 (venda). "Black": CR$ 1.620,00 (compra) e CR$ 1.640,00 (venda). "Black" cabo: CR$ 1.607,00 (compra) e CR$ 1.615,00 (venda). Dólar-turismo: CR$ 1.564,00 (compra) e CR$ 1.596,00 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: alta de 1,78%, fechando a CR$ 20.050,00 o grama na BM&F, movimentando 2,6 toneladas.
No exterior
Segundo a agência "UPI", em Londres, a libra fechou cotada a 1,5085 dólar, contra 1,5082 dólar no dia anterior. Em Frankfurt, o dólar foi cotado a 1,6550 marco alemão, contra 1,6590 marco alemão no dia anterior. Em Tóquio, o dólar foi cotado a 103,58 ienes ontem, contra 104,18 ienes no dia anterior.

FUTUROS
No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para maio fechou em 48,23%, contra 48,26% no dia anterior.
No mercado futuro de dólar, a expectativa de desvalorização cambial para maio ficou em 44,30%, contra 44,35% no dia anterior.
O índice futuro do índice da Bolsa paulista para junho fechou com 27.600 pontos, o que projeta lucratividade de 38,94%.

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