São Paulo, domingo, 22 de maio de 1994
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Nova semente de arroz produz mais

ARI CIPOLA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MACEIÓ

Nova semente de arroz produz mais
Variedade desenvolvida pela Embrapa e empresas estaduais tem produtividade 3 vezes maior que a média do Nordeste
Uma nova variedade de semente deve colocar o Nordeste brasileiro como produtor de arroz irrigado de primeira qualidade.
O projeto da nova semente foi desenvolvido pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e cinco empresas estaduais de pesquisa.
Nos testes de campo, a semente desenvolvida, chamada diamante, teve produtividade até três vezes maior que a média da produção na região.
Pesquisa
O variedade diamante vem sendo desenvolvida desde 1984 pelo Centro Nacional de Pesquisa de Arroz e Feijão da Embrapa, com sede em Goiás.
O complemento da pesquisa foi realizado com apoio das empresas agropecuárias de Alagoas, Sergipe, Pernambuco, Ceará e Maranhão.
Por enquanto, a produção está voltada para a expansão de sementes, em seis estações experimentais onde foi pesquisada.
"Nossa luta hoje é criar meios para produzir semente suficiente para todos os agricultores para 95", disse o agrônomo Moacir André Tenório, presidente da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Alagoas (Epeal).
Pesquisa
Ele afirmou que em Alagoas está sendo estudada uma parceria com produtores para que a safra de 95 seja toda com a semente do diamante.
Além do ganho de produtividade, os produtores do Nordeste vão ganhar preço em seu produto a partir do desenvolvimento da nova variedade, segundo Tenório.
"O diamante é um arroz agulhinha, tipo longo, transparente, com taxa mínima de manchas brancas, e muito resistente à bruzone (doença que mais afeta as lavouras de arroz no Nordeste)", afirmou Tenório.
Maior produtividade
Pernambuco foi o Estado onde, experimentalmente, a semente do diamante teve maior produtividade.
Atingiu 10,3 toneladas por hectare, contra uma média de produção da região de três toneladas, segundo relatório da pesquisa de campo.
Manchas brancas
A nova variedade ganhou o nome diamante porque, entre cada cem grãos, apresentou apenas sete com manchas brancas.
O arroz produzido no Nordeste é de baixa qualidade comercial por apresentar muitas manchas, que deixam os grãos opacos.

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