São Paulo, domingo, 22 de maio de 1994
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PT admite fim da estabilidade dos servidores

<FT:"MS SANS SERIF",SN>CRISTIANE PERINI LUCCHESI
DA REPORTAGEM LOCAL

O candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, admitiu ontem a possibilidade de rever o artigo constitucional que prevê estabilidade para o funcionalismo público.
"Você pode até não ter estabilidade prevista na Constituicão se você tiver todos os funcionários concursados, se as demissões forem julgadas por uma comissão de ética e se só forem feitas essas demissões no caso de crime administrativo", disse o candidato.
Lula, que esteve ontem no local do Congresso Nacional da CUT, afirmou que pretende criar uma máquina pública profissional.
Segundo ele, hoje só 48% dos servidores não são concursados, situação que ele pretende mudar.
"Os funcionários públicos não podem ficar vulneráveis ao poder político e serem demitidos a cada vez que muda uma gestão, como acontece hoje", afirmou.
Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, que assume hoje a presidência da CUT, dircordou de Lula: "Defendo a estabilidade do emprego em qualquer circunstância."
Anteontem, funcionários federais presentes ao Congresso da CUT cobraram de Vicentinho uma posicão firme nesse sentido.
Lula disse que, se for eleito presidente, irá discutir a questão com Vicentinho nas câmaras setoriais.
Amanhã Lula voltará a subir no caminhão de som do Sindicato dos Metalúrgicos do ABCD para fazer campanha, apesar de insistir que a CUT não deve aprovar apoio financeiro à sua campanha.
Ele foi convidado pelo ex-presidente do sindicato Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, que hoje assume a presidência da CUT.
Vicentinho sofre processo por ter usado o caminhão de som em campanhas políticas mas não se intimidou. Lula disse também que não teme a lei eleitoral, que proíbe aos candidatos aceitarem recursos de entidades sindicais.
"Eu não temo essa lei, que deveria valer também para os empresários", disse Lula.
Vicentinho disse ainda que iria convidar outros candidatos, como Zé Dirceu e Mário Covas, para ir à base do sindicato dos metalúrgicos: "O Fernando Henrique, acho que não vai querer acordar cedo para ir na porta de fábrica."
(Cristiane Perini Lucchesi)

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