São Paulo, domingo, 22 de maio de 1994
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Hora do desespero; Benção caseira; Culpa do governo; Culpa do Congresso; Dando o exemplo; Na mira; Impasse administrativo

Hora do desespero
Parlamentares do PRN que concorrem à reeleição foram a Collor. Lançarão um candidato a presidente só para garantir o horário eleitoral do partido e querem que Collor vá à TV pedir votos para a legenda. Ainda não há resposta.

Benção caseira
Esperidião Amin, candidato do PPR à Presidência, cuja mulher, Ângela, tem três tios bispos e cinco tias freiras, diz não temer a aliança do PT com setores da igreja: "Eu tenho uma comunidade eclesial de base em minha casa".

Culpa do governo
Por falta de verbas, está mais do que atrasado o cronograma do TRE para a eleição. Os 3.800 microcomputadores que ajudariam na apuração já deveriam estar instalados –mas nem sequer a concorrência para sua compra foi feita.

Culpa do Congresso
O Congresso nem pôs em pauta a votação do item da lei eleitoral que permite o uso de duas urnas na eleição de 3 de outubro. Com urna exclusiva para o voto presidencial, a apuração sai em três dias. Sem ela, sobe para 15 dias.

Dando o exemplo
Flávio Derzi (PP-MS), um dos acusados da CPI do Orçamento ainda a ser julgado, demitiu e mandou prender, na quinta-feira, um funcionário de seu gabinete. Motivo: ele roubava passagens aéreas de Derzi para vender.

Na mira
Os relatórios da Comissão de Investigação do Executivo sobre obras superfaturadas deixam em maus lençóis pelo menos duas grandes empreiteiras, já citadas em CPIs do Congresso.

Impasse administrativo
A Comissão de Investigação do Executivo selecionou dezenas de obras federais a serem interrompidas, pela constatação de superfaturamento nos contratos. Mas o ministro Canhim tenta dimensionar o custo social das paralisações.

TIROTEIO
Do deputado Arthur da Távola (PSDB-RJ), que já não aguenta mais ouvir falar que o plano econômico é estelionato eleitoral:
– Não é questão de estelionato eleitoral, mas de direito autoral.

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