São Paulo, domingo, 22 de maio de 1994 |
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Viva o saci-pererê Em 82, o PT lançou como candidato ao governo de Pernambuco o líder rural Manoel da Conceição. Era a primeira eleição para o governo depois do movimento militar de 64 e os petistas se entusiasmavam em ter um nome que pertencera às ligas camponesas de Francisco Julião, tendo inclusive perdido uma perna sob tortura. A campanha começou pesada e logo os adversários apelidaram o candidato petista de saci-pererê. Lula decidiu realizar em Recife um comício de desagravo. O palanque foi armado na carroceria de um caminhão. Como Conceição não podia subir a escada, os promotores o carregaram. Num descuido, a prótese que usava no lugar da perna soltou-se e Lula a pegou no ar. Não havia tempo de a peça ser recolocada e o presidente do PT preferiu segurá-la debaixo do braço. Assim, com uma perna sob as axilas, discursou. Falou da luta de Conceição e condenou seus detratores. Por fim, pediu uma salva de palmas para o "herói do sertão". A audiência aplaudiu fortemente. E gritou: – Saci-pererê, saci-pererê, saci-pererê... Texto Anterior: Fogueira das vaidades; Dono da bola; O mestre e o aprendiz; Sociologia do berro; Os "neoxiitas"; Só para começar; Idéia fixa; Discurso oco; Obrigado, ministro; Memória acesa Próximo Texto: Hora do desespero; Benção caseira; Culpa do governo; Culpa do Congresso; Dando o exemplo; Na mira; Impasse administrativo Índice |
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