São Paulo, domingo, 22 de maio de 1994
Próximo Texto | Índice

Uruguai entristece o Maracanã

THALES DE MENEZES

Com os países europeus ainda sofrendo os efeitos da Segunda Guerra Mundial (1930-1945), o Brasil foi candidato único para ser a sede da Copa de 1950.
Das 34 seleções inscritas para as eliminatórias, seis desistiram antes do primeiro jogo e algumas decidiram não participar semanas antes do campeonato.
Com isso, a Copa teve apenas 13 participantes. Um dos grupos da primeira fase ficou reduzido a dois times: o Uruguai venceu a Bolívia por 8 a 0 e já foi para o turno final.
A Itália, bicampeã em 34 e 38, veio ao Brasil tentando o terceiro título, que daria ao país a posse definitiva da Copa. Em 1946, o troféu tinha recebido o nome de Taça Jules Rimet, em homenagem ao francês presidente da Fifa.
Enfraquecida pela ausência dos jogadores do Torino, mortos em desastre de avião em 49, a Itália acabou eliminada pelos suecos.
A fórmula de disputa da Copa indicou um quadrangular final, no qual Brasil, Uruguai, Suécia e Espanha iriam se enfrentar no sistema "todos contra todos".
O Brasil foi arrasador, marcando 7 a 1 na Suécia e 6 a 1 na Espanha. O Uruguai venceu os suecos, mas tropeçou na Espanha, 2 a 2.
Com isso, o Brasil entrou em campo contra os uruguaios precisando apenas de um empate. No recém-construído Maracanã, cerca de 200 mil pessoas esperavam pelo título.
A vitória de virada do Uruguai por 2 a 1 selou a primeira grande injustiça da história das Copas. Em silêncio quase absoluto, o público deixou o estádio sem acreditar que o melhor time não era o vencedor.

Próximo Texto: Ninguém acreditava na derrota
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.