São Paulo, domingo, 22 de maio de 1994
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Obras 'levam' maior parcela do orçamento

ALEXANDRE SECCO
DA REPORTAGEM LOCAL

Obras 'levam' maior parcela do orçamento
Até agora, a prioridade do prefeito de São Paulo, Paulo Maluf diz que tem horror a obras paradas (leia texto ao lado).
Nos 15 primeiros meses de seu governo, terminou obras iniciadas em outras administrações, como o mini-anel viário e o túnel sob o rio Pinheiros (zona sul).
Em 93, as secretárias responsáveis pela pavimentação de ruas (Administrações Regionais), reformas de prédios públicos (Serviços e Obras) e a pasta de Vias Públicas (a dos grandes projetos viários) ficaram com 32% do orçamento, o equivalente a US$ 720 milhões.
As secretarias de Saúde e Educação, juntas, receberam 25% do orçamento do ano passado. Os dados são do SEO (Sistema de Execução Orçamentária), da Câmara Municipal de São Paulo.
Atualmente, a rede municipal de sasúde funciona com apenas 60% dos médicos que precisas.
Maluf argumenta que até agora mão teve que enfrentar nenhuma greve de médicos ou professores.
Campanha
Durante a campanha para a prefeitura, Maluf deu destaque para a construção de casas populares e a realização de investimentos nas áreas de saúde e educação.
As promessas estão no documento de 96 páginas "Tudo que precisa ser feito para você voltar a ter orgulho de morar nesta cidade" -o programa de governo elaborado em 92, assinado pelo prefeito.
O programa apresenta uma proposta de investimentos equilibrados. Não faz referências a grandes obras, como a Faria Lima.
Para este ano, os dados preliminares referentes à execução orçamentária mostram que as obras continuarão a consumir a maior parte dos recursos do município.
A promessa de construir 120 mil casas populares ainda não foi realizada. O programa de canalização de córregos espera recursos de empréstimos do exterior.
Em entrevista no início deste ano, Maluf afirmou que sua prioridade seria o Projeto Cingapura.
Ele pretende urbanizar 14 favelas. A primeira parte da licitação já terminou. As obras devem começar nos próximos dias.
Pelo projeto, serão construídos apartamentos de quatro pisos no terreno das favelas. A venda será financiada para os moradores.

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