São Paulo, domingo, 22 de maio de 1994
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Trauma de 50 prejudica a seleção

ANDRÉ FONTENELLE

A seleção brasileira chegou pessimista à Suíça para a Copa de 54. O trauma da derrota no Maracanã ainda não tinha sido superado.
Criticado por não ter convocado Zizinho, o técnico Zezé Moreira tinha em mãos uma boa equipe, com Djalma Santos, Didi, Nílton Santos, Julinho e outros. Faltava, no entanto, o otimismo.
Outro problema era a desorganização. Os brasileiros não sabiam que o 1 a 1 com os iugoslavos, na segunda partida, garantia a vaga para as quartas-de-final. Desgastaram-se inutilmente na busca da vitória.
O sorteio nos colocou contra a Hungria no jogo seguinte. Os brasileiros temiam enfrentar o "bicho-papão" da Copa.
Os húngaros, ao contrário, esbanjavam otimismo. "Venceremos o Brasil e seremos os novos campeões do mundo", previa o artilheiro Kocsis.
Nervosos, os brasileiros perdiam por 2 a 0 com 7min de jogo. Reagiram, mas o placar final foi 4 a 2.
Como em tantas outras vezes, o juiz, o inglês Arthur Ellis, foi o bode expiatório. Inconformados, os brasileiros também brigaram com os húngaros em campo.
Puskas, que não jogou, acertou uma garrafada na testa de Pinheiro. Até jornalistas se excederam no que ficou conhecido como a "batalha de Berna".
A derrota deu corda aos "teóricos" que atribuíam os fracassos nas Copas à "inferioridade da raça brasileira". Teoria desmentida quatro anos depois.
(AFt)

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