São Paulo, domingo, 22 de maio de 1994 |
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Nomes de bairros contradizem a realidade
RICARDO FELTRIN
Estas são algumas das "contradições geográficas" ou nomes que perderam o sentido na cidade. Em São Paulo, aparências e nomes –de ruas e bairros– enganam. Também o bairro Luz (Centro) contradiz seu nome. A iluminação em algumas ruas é péssima. "Só tem mesmo luz no nome", ironiza o eletricista João Carlos Souza Santos, 37. Morador em Santo André (ABCD), de segunda a sexta-feira ele é obrigado a passar por locais mal iluminados, como a rua Mauá. Na verdade, o nome Luz se deve à construção da capela Nossa Senhora da Luz, que depois se tornou um convento e, mais tarde, se transformou no Museu de Arte Sacra de São Paulo. Mas há outros exemplos. A rua do Paraíso, em bairro homônimo, é considerada um verdadeiro "inferno" para muitos de seus moradores (leia texto ao lado). Motivos históricos A historiadora Maria Candelária Moraes, 42, do Departamento de Patrimônio Histórico Municipal, cita como exemplo a rua Boa Vista –onde existe uma concentração de bancos e arranha-céus. "Durante a formação da cidade (em meados do século 16), aquele era considerado um ponto estratégico. O local tinha uma vista muito boa" –ao contrário de hoje. Outro exemplo de local cujo nome perdeu o significado diante do crescimento urbano é a Ladeira Porto Geral, próxima á Boa Vista. "No começo, o local era realmente um grande porto. Por perto passava o rio Tamanduateí (onde hoje é a rua 25 de março)", diz Maria Candelária. Há também nomes originais que teriam sido alterados, segundo alguns historiadores, como Morumbi. Morumbi era o nome da antiga fazenda Morumbi. O nome da fazenda teria surgido por causa de uma espécie de abelhas que viveu naquela região há três séculos: as abelhas Marumbi. Texto Anterior: É preciso pensar muito para tomar partido Próximo Texto: Dono de escola diz que rua do Paraíso é `um inferno' Índice |
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