São Paulo, domingo, 22 de maio de 1994
Próximo Texto | Índice

Hotéis criam 5.850 novos empregos

DENISE CHRISPIM MARIN
DA REPORTAGEM LOCAL

O mercado hoteleiro no Brasil deve gerar pelo menos 5.850 novos postos de trabalho nos próximos anos.
Esses empregos estão vinculados à expectativa de construção de 104 novos hotéis –19.500 apartamentos no total– cujos projetos foram lançados neste ano.
Os lançamentos foram mapeados pela Equipotel (Feira de Equipamentos, Produtos e Serviços para Hotéis, Restaurantes e Similares), um eventos do setor.
A estimativa de contratação de 5.850 profissionais foi calculada com base em uma média de 0,3 funcionários por apartamento utilizada por hotéis europeus.
No Brasil, um hotel de cinco estrelas (categoria mais luxuosa) chega a ter 1,8 empregados para cada quarto.
Muitos desses 104 projetos permanecerão nas gavetas por alguns anos. É o caso do Maksoud Plaza de Manaus.
Outros, no entanto, têm inauguração marcada. As empresas já estão se preparando para a seleção e contratação de funcionários.
A rede Caesar Park promete criar 1.700 novos empregos diretos com a abertura de nove hotéis no Brasil nos próximos dois anos.
Estão previstos três Caesar Towers (quatro estrelas) em Recife, Fortaleza e Campinas (SP) e quatro em São Paulo. Mais dois Caesar Park (cinco estrelas) devem surgir em Campinas (SP) e Recife.
A rede espanhola Meliá é outra empresa que promete criar novos empregos em hotelaria no país. Chegou ao Brasil em 91 e já conta com cinco hotéis. Está construindo outros 11, que devem ser inaugurados até o final de 96.
Em 95, a Meliá espera abrir um hotel em São Paulo, um em Piracicaba (SP) e dois na Bahia. Em 96, abre as portas em Maceió, Fortaleza, Recife, Natal, Porto Bracuí (RJ), Araras e Campinas (SP).
O Novotel deve contratar, até o final do ano, 220 funcionários para uma nova unidade em Fortaleza e mais 45 para outra na região serrana de Santa Catarina.
Para janeiro de 95 está prevista a inauguração do Novotel Maceió, com 35 funcionários.
Perfis
Os hotéis ainda são os principais formadores de sua mão-de-obra, principalmente os de padrão quatro e cinco estrelas.
Nesses hotéis, a qualidade em atendimento e serviços cria a necessidade de treinamento constante de pessoal, propiciando a especialização dos profissionais.
O Caesar Park, por exemplo, formou funcionários que atingiram o posto de gerentes-gerais (o cargo máximo em um hotel).
A principal executiva do hotel da rede em Fortaleza, por exemplo, começou como auxiliar de governança em São Paulo.
O perfil de profissional de hotelaria (três a cinco estrelas) varia conforme a área de atuação. Para os que trabalham na recepção é obrigatório dominar idiomas.
Já no setor de alimentos e bebidas –área que emprega garçons, barmen, maitres, cozinheiros– valem a experiência e os cursos de aperfeiçoamento.
Para os serviços de hospedagem –arrumação dos quartos, lavanderia– também conta a experiência. O ideal é que uma governanta fale pelo menos o inglês.
Na área administrativa –gerências financeira, de vendas, de marketing, de compras, de manutenção– há mais alternativas.
Hotéis como o Maksoud Plaza e a rede Meliá não vêem problemas em contratar profissionais da indústria ou outras áreas de serviços.
A rede Othon prefere buscar pessoas do ramo hoteleiro, depois de confirmar que não há nenhum profissional da casa habilitado a assumir a função.
"Uma prática comum aos hotéis de mesma categoria é a troca de currículos de profissionais", afirma Aldo Campos, 47, diretor da rede Othon para o Nordeste.
Escolas
Desde o início da década de 80, o mercado passou a contar com a mão-de-obra preparada por cinco escolas de hotelaria, que formam profissionais de nível superior.
No mercado, os tecnólogos em hotelaria têm assumido posições de média gerência em hotéis de quatro e cinco estrelas.
Criada em 78, a Escola Superior de Hotelaria da Universidade de Caxias do Sul, em Canela (RS), forma duas turmas por ano.
Em São Paulo existe o Centro de Estudos de Administração em Turismo e Hotelaria, mantido pelo Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem do Comércio).
Ambas mantém hotéis-escola. "As empresas procuram gerentes versáteis, solucionadores, e não pessoas que vão executar mecanicamente as funções", afirma Gilberto Bonatto, 38, diretor da Escola Superior de Hotelaria.

Próximo Texto: Empresas recrutam trainees
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.