São Paulo, terça-feira, 24 de maio de 1994
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Estudo questiona veracidade dos documentos de Castor

RONI LIMA
DA SUCURSAL DO RIO

Estudo elaborado pelo instituto de perícia Del Picchia, de São Paulo, lança suspeitas sobre a veracidade das listas de propinas apreendidas em março no escritório do bicheiro Castor de Andrade.
O desembargador Gama Malcher decidiu ontem requisitar perícia oficial nos documentos. Segundo Malcher, sua decisão havia sido tomada antes de receber o estudo.
O trabalho do Instituto Del Picchia foi feito em cópias xerográficas das folhas soltas do livro-caixa de Castor (leia texto ao lado).
Malcher é relator do processo que investiga a ligação de juízes com o esquema do jogo do bicho.
A análise técnica foi contratada pelo juiz César Leite, um dos acusados de receber propinas.
Segundo seu advogado, José Mauro Couto de Assis, existem tipos de letras, pontuação e espaçamentos indicando que as listas de lançamentos podem ter sido datilografadas na mesma época.
Assis afirmou que "existem sinais de que as listas foram feitas no mesmo tempo por máquinas diferentes". Ele não soube detalhar como se chegou a essa conclusão.
"As listas têm lançamentos estranhos a um serviço contábil", afirmou. Assis deu como exemplo o balancete de julho de 93. Segundo ele, nesta data aparece uma doação de CR$ 6 milhões para o juiz Leite. "Só que a moeda só mudou para cruzeiro real em agosto."
O Tribunal de Justiça (TJ) afastou o juiz de suas funções, no 3º Tribunal do Júri, até o julgamento do processo. Leite pediu ao TJ que seja feita perícia nos documentos.

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